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Da Redação
Publicado em 14 de fevereiro de 2014 às 19h34.
Brasilia - O líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RJ), vai coletar assinaturas para uma Comissão Parlamentar de Inquérito unindo Câmara e Senado para investigar a relação de vândalos infiltrados em protestos com partidos políticos. A iniciativa tem como base a declaração do auxiliar de limpeza Caio Silva de Souza, preso pela morte do cinegrafista Santiago Andrade, de que recebia dinheiro para participar de protestos.
"A dúvida que a sociedade quer ver esclarecida é quais são os diretórios regionais e partidos políticos ou parlamentares que estão por trás disso tudo", diz Cunha. "Precisamos urgente de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) no Congresso Nacional para que possamos investigar esse tipo de situação", complementa.
Em seu depoimento à polícia, Caio citou o PSOL e o PSTU, além da Frente Independente Popular (FIP), como organizações que fariam os pagamentos. O pagamento seria de R$ 150,00. Os partidos negam apoiar atos de violência.
A proposta de Eduardo Cunha tem boas chances de avançar porque tiraria os políticos tradicionais na defensiva no debate sobre manifestações. No caso do Rio de Janeiro, o governador Sérgio Cabral, correligionário de Cunha, é um dos principais alvos dos protestos. Na Câmara, deputados petistas acompanham com atenção as denúncias de interesses políticos nas manifestações por entender que um debate nesta direção pode retirar a força dos protestos durante a Copa do Mundo e evitar danos a presidente Dilma Rousseff em ano eleitoral.
Parlamentares ligados às polícias também apoiam a ideia. O deputado Fernando Francischini, líder do Solidariedade e delegado da Polícia Federal, também defende a "CPI do Black Bloc" e anunciou que vai coletar assinaturas na Câmara. No caso de uma CPI só de deputados, no entanto, seria necessário aguardar a fila para a instalação, enquanto uma CPI mista, incluindo o Senado, teria instalação automática.