Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 25 de maio de 2015 às 20h56.
Brasília - O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), admitiu na tarde desta segunda-feira, 25, a possibilidade dos parlamentares não conseguirem aprovar mudanças relevantes ao sistema brasileiro na votação da reforma política. Se isso acontecer, o peemedebista disse que não encararia como uma derrota pessoal.
"Não aprovar nada significa que a maioria dos parlamentares decidiu ficar como está", afirmou.
Cunha alegou que havia um "sentimento" entre os líderes partidários de levar o tema diretamente para o plenário, sem a aprovação do relatório final na Comissão Especial.
"Não vejo chance de o relatório da comissão passar pelo plenário", afirmou Cunha, negando que esteja "jogando fora" o trabalho do colegiado que se reuniu por meses discutindo o assunto.
O presidente da Câmara disse não ser contra o parecer do relator Marcelo Castro (PMDB-PI), mas argumentou que há consenso entre as lideranças de que o relatório não corresponde às demandas dos partidos. "Isso (votar diretamente no plenário) acontece aqui toda hora", minimizou.
Ao avocar para o plenário da votação da Proposta da Emenda à Constituição (PEC), Cunha foi acusado de agir de forma "ditatorial" pelo deputado Henrique Fontana (PT-RS).
"O presidente tem prerrogativas, mas ele não é um imperador. Ele não pode cancelar ao seu bel prazer comissões. Ele tem opiniões da reforma política. Ele é defensor do distritão e do aprofundamento do financiamento empresarial. Mas ele não pode usar a presidência para impor sua vontade", declarou Fontana.
"Ditatorial é colocar um único modelo", rebateu o peemedebista se referindo à proposta de financiamento público defendida pelo PT.
O presidente da Casa disse que também não se sentirá derrotado se o distritão - proposto pelo PMDB - não passar, mas destacou que o modelo pregado pelos petistas também não deve ser aprovado.