Mais Médicos: desde 2013, Cuba coopera com o plano projetado por Dilma para levar saúde às regiões mais pobres do Brasil (Elza Fiuza/ABr/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 28 de setembro de 2016 às 14h40.
Os 11.400 médicos cubanos que foram enviados ao Brasil seguirão no país enquanto receberem as "garantias oferecidas pelas autoridades atuais", disse o governo da ilha, um dos maiores críticos do impeachment de Dilma Rousseff.
Em uma nota publicada pela imprensa estatal nesta quarta-feira, o ministério da Saúde Pública afirmou que "continuará participando" do programa "Mais Médicos" enquanto continuarem existindo garantias, sem detalhar quais são.
Desde 2013, Cuba coopera com o plano projetado por Dilma, do Partido dos Trabalhadores (PT), para levar saúde às regiões mais pobres do Brasil.
No total enviou 11.400 médicos, o que representa, por sua vez, uma das principais fontes de divisas para a ilha socialista, que enfrenta dificuldades econômicas devido à crise da Venezuela, sua maior aliada.
A participação cubana foi colocada em xeque após o impeachment de Dilma, em 31 de agosto, em um controverso julgamento no Congresso por acusações de corrupção que a ex-presidente negou.
Cuba classificou sua saída de "golpe de Estado parlamentar e judicial", ao mesmo tempo em que se distanciou do governo de Michel Temer, que a substituiu.
Em seu comunicado, o ministério da Saúde disse que no fim de maio realizou consultas com a então presidente Dilma e com o ex-presidente Lula - também investigado por suposta corrupção - sobre a continuidade do programa, que também conta com a participação da Organização Pan-Americana da Saúde.
Sem mencionar o governo de Temer, acrescentou que seguirá participando do programa "enquanto se mantiverem as garantias oferecidas pelas autoridades atuais".