Arcos da Lapa: tradicional ponto turístico do Rio de Janeiro vazio devido ao isolamento determinado pela prefeitura. (Wagner Meier/Getty Images)
Clara Cerioni
Publicado em 25 de março de 2020 às 16h12.
Última atualização em 25 de março de 2020 às 18h30.
O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), quer autorizar o funcionamento de lojas de conveniência nos postos de gasolina a partir da meia-noite desta sexta-feira (27). As lojas, que foram fechadas para conter o avanço do coronavírus na cidade, poderão voltar a funcionar apenas para que a população compre e leve os produtos para casa, sem consumi-los no local.
Além disso, também poderão ser retomadas as atividades das lojas de materiais de construção, que terão regras específicas para o funcionamento. Essas retomadas dependem ainda de alterações legais.
O governador do estado Wilson Witzel (PSC) deve desautorizar o prefeito e prepara um decreto para impedir que as lojas de conveniência de postos de gasolina sejam abertas, segundo informações do jornal O Globo.
A cidade do Rio de Janeiro manterá as medidas de isolamento social por pelo menos mais 15 dias. Escolas permanecem sem aula, o comércio continua restrito e os transportes públicos seguem circulando com a recomendação de não aglomerarem pessoas. As medidas foram tomadas para conter o avanço da pandemia da Covid-19.
“Esses próximos 15 dias são importantíssimos. O sacrifício que estamos fazendo agora dará bons frutos. Nós vamos vencer essa crise”, disse o prefeito em coletiva de imprensa online transmitida na manhã desta quarta-feira, 25. “É fundamental, mais que necessário, incontornável e inadiável mantermos nossa medidas de afastamento social nos próximos 15 dias. Peço a vocês que considerem isso como fundamental para que a vida volte ao normal”
Em relação às comunidades do Rio de Janeiro, Crivella disse que está deslocando 300 idosos em situação vulnerável que moram em localidades da zona sul, região com maior número de infectados pela Covid-19, para hotéis.
Ele também fez um apelo aos comerciantes desses locais e pediu a ajuda de padres e pastores para orientarem a população a se proteger.
Em relação ao transporte, ele também pediu para que a fiscalização, sobretudo do BRT, se intensifique e que o transporte público respeite a regra de levar apenas pessoas sentadas.
De acordo com dados da prefeitura, a cidade do Rio de Janeiro registra, até esta quinta-feira, 278 casos confirmados e 166 casos suspeitos de coronavírus. Uma pessoa morreu em decorrência da infecção, 15 estão internadas em unidade de tratamento intensivo (UTI) e 28, hospitalizadas.
Em todo o país, de acordo com os últimos dados do Ministério da Saúde, 46 pessoas morreram em decorrência do novo coronavírus e são 2,2 mil os casos confirmados.