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Cristiano Zanin busca apoio no Senado para vaga no STF; veja quem se reuniu com ele

Para ser empossado como ministro do STF, Cristiano Zanin precisa ser aprovado em sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, marcada para a próxima quarta-feira

Advogado de Lula busca apoio no Senado para indicação ao STF (Lula Marques/Agência Brasil)

Advogado de Lula busca apoio no Senado para indicação ao STF (Lula Marques/Agência Brasil)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 15 de junho de 2023 às 16h46.

Última atualização em 15 de junho de 2023 às 17h00.

Em dois dias, Cristiano Zanin se reuniu com mais da metade dos senadores na tentativa de angariar votos para assumir uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). O advogado pessoal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) iniciou uma peregrinação nos corredores do Senado, mirando as maiores bancadas da Casa. Zanin se encontrou com 42 dos 81 senadores até a noite desta quarta-feira, 14.

Para ser empossado como ministro do STF, ocupando a vaga deixada por Ricardo Lewandowski em abril, Cristiano Zanin precisa ser aprovado em sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, marcada para a próxima quarta-feira, 21, e conseguir 41 votos favoráveis à nomeação dele no plenário da Casa. As reuniões sinalizam a tendência de apoio dos senadores.

Reuniões e parcerias?

Na terça-feira, 13, Zanin reuniu-se com 12 dos 15 senadores do PSD, partido que tem o maior número de parlamentares na Casa. O líder do partido, Otto Alencar (PSD-BA), disse que o advogado tem apoio fechado da bancada, e destacou a atuação do indicado durante o julgamento de Lula na Operação Lava-Jato, onde atuou na defesa do petista.

"Ele tem uma formação muito correta, professor de direito e teve um comportamento muito seguro, muito sereno, muito firme na defesa, talvez, do maior processo jurídico já visto no Brasil, que foi a questão da defesa do presidente", disse o senador.

Ainda na terça, o advogado se reuniu com nove das 15 senadoras da bancada feminina. Somente senadoras da base aliada compareceram. Damares Alves (Republicanos-DF) e Tereza Cristina (PP-MS), ex-ministras do governo Bolsonaro, não estiveram presentes. As duas se encontraram depois com o advogado, na quarta-feira, 14.

Também nesta quarta, foi a vez de Zanin fazer o "beija-mão" com os parlamentares do MDB, que possui dez senadores e é a terceira maior bancada do Senado. Após o encontro, o vice-líder da sigla na Casa, Marcelo Castro (MDB-PI), disse que o partido será unânime pela aprovação de Zanin ao cargo de ministro da Suprema Corte.

Além da base

O advogado também se encontrou com senadores da oposição, como Alessandro Vieira (PSDB-SE), Dr.Hiran (PP-AL) e Oriovisto Guimarães (Podemos-PR). Durante a busca por votos, Zanin passou por diversas vezes na frente do gabinete de Sergio Moro (União-PR), mas não procurou o ex-juiz. O antigo adversário nos julgamentos de Lula na Lava-Jato só soube sobre a visita do advogado no Senado ao observar a movimentação nos corredores.

Dos 12 senadores do PL, Zanin se encontrou com Romário (RJ) e Wellington Fagundes (MT). O partido do ex-presidente Jair Bolsonaro é o segundo com maior número de cadeiras. A estratégia do advogado, no entanto, devido à resistência ao nome dele entre os opositores do governo, é intensificar a busca por senadores de partidos mais alinhados ao Planalto.

Nesta quarta-feira, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), ex-ministra de Jair Bolsonaro e pastora evangélica, disse que "gostou muito de Zanin" e que vai repensar a intenção dela de voto no plenário. No último sábado, 10, ela fechou as portas para o advogado de Lula e afirmou que somente falaria com ele se fosse necessário.

Apoio dos evangélicos

Em outra tática, com o objetivo de conquistar apoio dos parlamentares conversadores, o indicado por Lula tenta se desvencilhar das pautas progressistas. Em uma reunião com deputados da bancada evangélica na semana passada, Zanin disse que, caso empossado no STF, vai trabalhar para impedir que a Corte "legisle" sobre temas como a legalização do aborto e das drogas que, segundo ele, devem ser decididos pelos parlamentares.

Veja os senadores que se encontraram com Zanin nos últimos dois dias

  • Alan Rick (União-AC)
  • Alessandro Vieira (PSDB-SE)
  • Ângelo Coronel (PSD-BA)
  • Augusta Brito (PT-CE)
  • Beto Faro (PT-BA)
  • Chico Rodrigues (PSB-RR)
  • Confúcio Moura (MDB-RO)
  • Damares Alves (Republicanos-DF)
  • Daniella Ribeiro (PSD-PB)
  • Dr. Hiran (PP-RR)
  • Eduardo Braga (MDB-AM)
  • Eliziane Gama (PSD-MA)
  • Fabiano Contarato (PT-ES)
  • Fernando Dueire (MDB-PE)
  • Fernando Farias (MDB-AL)
  • Giordano (MDB-SP)
  • Ivete Da Silveira (MDB-SC)
  • Jaques Wagner (PT-BA)
  • Jader Barbalho (MDB-PA)
  • Jayme Campos (União-MT)
  • Jussara Lima (PSB-PI)
  • Leila Barros (PDT-DF)
  • Lucas Barreto (PSD-AP)
  • Marcelo Castro (MDB-PI)
  • Margareth Buzetti (PSD-MT)
  • Nelsinho Trad (PSD-MS)
  • Omar Aziz (PSD-AM)
  • Oriovisto Guimarães (Podemos-PR)
  • Otto Alencar (PSD-BA)
  • Paulo Paim (PT-RS)
  • Plínio Valério (PSDB-AM)
  • Professora Dorinha Seabra (União-TO)
  • Renan Calheiros (União-TO)
  • Rogério Carvalho (PT-SE)
  • Romário (PL-RJ)
  • Sérgio Peteção (PSD-AC)
  • Teresa Leitão (PT-PI)
  • Tereza Cristina (PP-MS)
  • Vanderlan Cardoso (PSD-GO)
  • Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB)
  • Wellington Fagundes (PL-MT)
  • Zenaide Maia (PSD-RN)
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