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Crimes contra turistas estrangeiros caem pela metade no Rio

De acordo com a Delegacia Especial de Atendimento ao Turismo, implementação das UPPs auxiliou na queda da violência

A cada ano, o Rio de Janeiro recebe cerca de 908,7 mil visitantes estrangeiros (Wikimedia Commons)

A cada ano, o Rio de Janeiro recebe cerca de 908,7 mil visitantes estrangeiros (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 2 de fevereiro de 2011 às 16h46.

Rio de Janeiro - O combate a crimes contra turistas estrangeiros vem apresentando resultados positivos na capital fluminense. Segundo a Delegacia Especial de Atendimento ao Turismo (Deat), vinculada à Secretaria Estadual de Segurança, o número de roubos a turistas caiu significativamente entre junho e dezembro do ano passado, em comparação com igual período de 2009.

“O número de roubos a turistas, crime que mais nos preocupa, por ter violência física, ameaça direta, caiu numa proporção acima de 50% no período”, disse à Agência Brasil o titular da Deat, Fernando César Reis.

De acordo com o delegado, entre os fatores que contribuíram para melhorar os resultados do combate a esse tipo de crime estão as Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), implantadas nas comunidades carentes da zona Sul da cidade, a maior integração entre as delegacias policiais da região com a Deat e a parceria dessa unidade com o trade turístico.

Para reforçar a segurança das pessoas que visitam o Rio de Janeiro, o delegado disse que dá palestras em hotéis, de 15 em 15 dias, para profissionais ligados à área turística. “Damos dicas bastante objetivas para serem repassadas aos hóspedes, porque o tipo de crime que lidera a estatística é o furto, que é a subtração sem violência”, explicou.

O furto representa 55% dos crimes contra turistas. Quando se abre a pesquisa sobre o furto, observou o delegado, verifica-se que mais de 60% dos crimes ocorrem por descuido do turista. Por causa dessa falta de atenção dos turistas é que é preciso repassar a eles informações básicas, de maneira continuada. “Se eles guardarem precauções mínimas, sem dúvida, no conjunto, vamos diminuir muito os crimes que afetam os turistas."


Segundo Reis, a Deat trabalha numa interface direta com embaixadas e consulados e com a rede hoteleira. Graças a essa parceria, policiais da Deat conseguiram recentemente identificar e prender bandidos peruanos que assaltavam turistas em diversos hotéis da capital.

A Deat, criada há dez anos, foi incluída pelo Ministério do Turismo entre as instituições que adotam as melhores práticas dos 65 destinos indutores do desenvolvimento turístico nacional. A delegacia foi considerada modelo para outros destinos turísticos do país, vencendo na categoria infraestrutura geral.

De acordo com dados do Ministério do Turismo, o Rio de Janeiro é o destino preferido dos turistas estrangeiros no Brasil para viagens de lazer e o segundo em termos de turismo de negócios. A cada ano, a cidade recebe cerca de 908,7 mil visitantes estrangeiros, sendo a maioria dos Estados Unidos e Argentina.

Fernando César Reis disse que o trabalho da Deat ficou mais ágil depois de 2004, com sua inclusão no Programa Delegacia Legal. “A Deat passou a ser uma agência de orientação ao trade turístico, comunicando-se online com todo o sistema de segurança. É como sair de um carro movido a vapor e ir para um movido a hidrogênio. É uma diferença absurda em termos de tecnologia da informação”, afirmou o delegado.

Trabalham atualmente na Deat 35 policiais bilíngues e, antes do carnaval, esse número deve subir para 48. De acordo com o delegado, o aumento do efetivo contribuirá para garantir também a segurança nos Jogos Mundiais Militares, previstos para junho. Reis informou ainda que o número de viaturas da delegacia vai aumentar de cinco para 11.

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