Milhões de crianças não tiveram acesso à educação desde o ano passado por conta das restrições ligadas à crise da saúde (Image Source/Getty Images)
Agência O Globo
Publicado em 3 de junho de 2021 às 13h01.
Última atualização em 3 de junho de 2021 às 13h01.
A pandemia da covid-19 afetou enormemente os direitos das crianças em todo o mundo e os jovens estão expostos a uma "catástrofe geracional" se os governos não agirem. O alerta é da ONG KidsRights, responsável pelo "Índice Kidsrights", ", que classifica anualmente 182 países com base em seu comprometimento com a Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança. Na edição 2021, o Brasil aparece em 99º lugar. Islândia, Suíça e Finlândia lideram o ranking, e Chade, Afeganistão e Serra Leoa são os últimos.
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A pontuação dos países no índice é calculada pela média das pontuações em cinco áreas de direitos da criança: vida, educação, proteção, saúde e ambiente favorável ao cumprimeiro dos direitos da faixa etária.
Milhões de crianças não tiveram acesso à educação desde o ano passado por conta das restrições ligadas à crise da saúde, com consequências de longo prazo para a saúde física e mental, destaca em seu relatório anual a organização de direitos das crianças com sede em Amsterdã.
Os efeitos da pandemia, infelizmente, superaram as previsões que fizemos há um ano — lamentou Marc Dulleart, fundador e presidente da ONG. — Excluindo os pacientes com coronavírus, as crianças foram as mais afetadas, não diretamente pelo vírus, mas porque foram negligenciadas pelos governos.
Segundo Dulleart, relançar o sistema educacional é a chave para evitar uma catástrofe geracional. De acordo com a ONG, mais de 168 milhões de crianças ficaram sem ir à escola no mundo e uma em cada três não tem acesso remoto às aulas. Além disso, outras 142 milhões de crianças sofreram privação material quando a pandemia atingiu duramente a economia global, e 370 milhões pararam de comer nas cantinas das escolas.
Os autores do relatório também estimaram que 80 milhões de crianças poderiam ficar sem a vacinação de rotina para outras doenças por conta da pressão sobre os serviços de saúde e se disseram preocupados com o "aumento acentuado", durante os confinamentos, da violência doméstica, da qual as crianças são "vítimas frequentes".