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Cresce no Congresso expectativa para escolha de relator da CCJ

O nome do relator do processo contra o presidente Michel Temer deve ser divulgado ainda hoje (4) pelo presidente da CCJ, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG)

Michel Temer: o presidente foi denunciado por corrupção passiva pelo procurador Rodrigo Janot (Ueslei Marcelino/Reuters)

Michel Temer: o presidente foi denunciado por corrupção passiva pelo procurador Rodrigo Janot (Ueslei Marcelino/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 4 de julho de 2017 às 14h49.

Em um dia de pouca movimentação no Congresso Nacional, cresce a expectativa em torno do anúncio do relator do processo da denúncia contra o presidente Michel Temer.

O nome deve ser divulgado ainda hoje (4) pelo presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), logo após a reunião da comissão, marcada para as 14h30.

De manhã, poucas comissões funcionaram na Câmara, e o plenário não abriu sessão nem para debates.

O presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) para se encontrar com a presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia. Maia disse que explicou à ministra como deve ser o rito de tramitação do processo.

"Apenas fiz esse relato, para que ela esteja informada, porque sempre há o risco de algum lado judicializar essa questão. Eu disse que vou respeitar rigorosamente o rito da Casa, o regimento da Casa, e também a possibilidade, claro, de ter um debate correto dessa matéria", disse.

Na opinião de Maia, único ponto frágil do regimento é o que determina que o debate sobre o processo seja feito por apenas dois oradores favoráveis e dois contra o tema. Ele disse que deve ampliar esse número em acordo com os líderes dos partidos.

Enquanto o rito não é definido, integrantes da base aliada ao governo e da oposição se posicionam e tentam contabilizar o apoio ou a rejeição ao processo. Para ser aceita, a denúncia deve receber pelo menos 342 votos favoráveis dos parlamentares em plenário.

O vice-líder do governo, Carlos Marun (PMDB-MS), rebateu as especulações sobre a indecisão de deputados que poderiam votar pela autorização do prosseguimento da denúncia na Justiça.

"Eu só tenho uma certeza, a oposição não tem os votos suficientes para afastar o presidente e não os terá. Como esse caminho vai ser percorrido até o momento da recusa da autorização, os dias dirão. Mas o resultado já é sabido, o presidente continuará à frente do governo", declarou

A oposição também acredita que pode vencer no plenário e critica as ações da base governista na tentativa de angariar votos. O líder do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), criticou a agenda oficial do presidente Michel Temer, da qual consta o encontro com 22 parlamentares.

"Hoje o presidente da República, a maior autoridade do país, começou sua agenda às 8h da manhã recebendo deputados individualmente, e essa agenda vai terminar às 22h", disse Zarattini.

Os líderes oposicionistas tentam também negociar a escolha de um o relator do processo na CCJ que não seja da base aliada e que os empresários delatores das denúncias sejam ouvidos pelos parlamentares. Para os governistas, o regimento deve ser cumprido à risca.

"É certo que a oposição tem como estratégia o fatiamento, a obstrução, o prolongamento da crise, mas nós vamos tentar nos opor a isso. Vamos tentar fazer com serenidade, mas com rapidez, respeitando os prazos regimentais, que essa questão seja resolvida", disse Marun.

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