Quem ganha com a alta no setor alimentício são as redes de supermercados (Sean Gallup/Geyy Images)
Da Redação
Publicado em 24 de março de 2011 às 13h50.
São Paulo - As medidas de restrição ao crédito tomadas pelo Banco Central devem afetar as vendas de bens duráveis nas grandes redes de supermercados, mas podem beneficiar os varejistas que trabalham com alimentos, afirmou hoje o presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumu Honda.
Com o menor comprometimento da renda familiar provocada pela limitação dos financiamentos, uma parcela maior do orçamento tende a ser destinada ao consumo de produtos de menor valor e que não dependem de crédito, segundo o executivo. "Quando o consumidor deixa de se endividar há um aumento no consumo de produtos do dia a dia", disse, em entrevista coletiva, hoje, na sede da associação.
Honda destacou que o setor registra um crescimento contínuo há cinco anos, em consequência do aumento da renda da população, em especial das classes C, D e E. Para este ano, a projeção da associação é de um aumento da ordem de 4% nas vendas reais dos supermercados.
A Abras estima um crescimento de 10,6% nas vendas de produtos ligados à Páscoa em 2011. Os preços dos itens nacionais apresentaram um aumento maior na comparação com os importados este ano, de acordo com pesquisa da associação. Enquanto os artigos nacionais registram uma variação de até 10% em relação a 2010, os importados tiveram um aumento máximo de 2,3%.
A redução no consumo nos países europeus e nos Estados Unidos em consequência da crise financeira tem levado os fornecedores a buscar outros mercados para absorver a oferta, segundo Honda. Sobre os reajustes de produtos de Páscoa nacionais, o presidente da Abras afirmou que, na maioria dos casos, houve apenas o repasse da inflação no período.