Marinho espera posicionamento de Pacheco para tentar emplacar presidência da CPMI (Pedro França/Agência Senado)
Reporter colaborador, em Brasília
Publicado em 27 de abril de 2023 às 11h57.
O senador Roberto Marinho (PL-RN), líder da oposição no Senado, afirmou nesta quinta-feira, 27, que a oposição deverá ter mais de cinco nomes do Senado indicados para Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro. Segundo ele, esse número, somado aos indicados na Câmara, daria à oposição condições de indicar o presidente.
“Pelas contas da imprensa, a oposição teria apenas cinco nomes. Isso não é verdade, pois há partidos independentes que vão estar representados na Comissão”, afirmou.
Marinho conta com o apoio dos parlamentares independentes para emplacar um nome para a relatoria ou à presidência. “Estamos conversando com a oposição na Câmara e no Senado que nos dará a maioria. Essa maioria nos dará a condição para eleger o presidente”, completou.
Os nomes dos membros da CPMI, de acordo com ele, serão indicados após o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), apresentar uma posição sobre questionamento do PL a respeito de uma manobra do líder do governo para garantir maioria dos parlamentares no colegiado.
“O presidente informou que hoje vai nos dar essa posição. O dia não acabou ainda, então temos que aguardar. A indicação dos membros, está sobrestada a essa questão, pelo menos entre a maioria dos partidos. Será feita apenas depois do posicionamento do presidente Pacheco”.
Para garantir mais espaço para aliados do governo, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), saiu do bloco Democracia e foi para o Resistência Democrática, do PT. A manobra permitiu aumenta a proporcionalidade partidária. Ou seja, com isso o governo ganhou mais uma vaga e poderá indicará 12 nomes no Senado entre os 16 previstos, enquanto o Vanguarda, bloco da oposição perdeu uma, e poderá indicar apenas 2.
Caso Pacheco acate a questão de ordem do PL, o partido voltará a poder indicar 3 nomes da sua bancada.
Marinho, no entanto, disse que “não há preocupação em ter maioria de oposição ou de governo, mas que haja a maioria pelo bom senso para escolher um relator e um presidente que tenham sobretudo equilíbrio e isenção”.
"Historicamente, quando o governo tem a presidência, a oposição tem a relatoria - e vice e versa. Isso é o selo para à população de que a comissão vai ser conduzida com transparência, isenção e equilíbrio. Ou seja, os espectros ideológicos vão ser respeitados, é isso que a gente persegue", afirmou o líder da oposição no Senado.