As perguntas feitas pelos parlamentares devem focar em entender como os bancos públicos agiram durante o período de crescimento do grupo (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2017 às 06h59.
Última atualização em 10 de outubro de 2017 às 07h37.
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga a JBS retomará seus trabalhos nesta terça-feira. Serão ouvidos o ex-chefe do departamento de mercado de capitais do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), José Cláudio Rego Aranha, e Maria Fernanda Ramos Coelho, ex-presidente da Caixa Econômica Federal.
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As perguntas feitas pelos parlamentares devem focar em entender como os bancos públicos agiram durante o período de crescimento do grupo comandado pelos irmãos Batista e como foram decididos os empréstimos concedidos.
Além dos dois depoimentos, a reunião também deve servir para que os 17 deputados e os 17 senadores que fazem parte da comissão votem mais requerimentos de convocação. Entre eles, estão os da advogada Fernanda Tórtima e de Eugênio Aragão, ex-ministro da Justiça.
A tese de deputados contrários à CPMI é de que ela estaria sendo usada para tentar retaliar o Ministério Público, que foi responsável pelo acordo de delação premiada que atingiu em cheio o presidente Michel Temer (PMDB), o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e outros políticos graúdos.
Em meio a tudo isso, a situação da companhia se deteriora. Ontem, o Ministério Público Federal de Brasília abriu um procedimento para apurar se houve um descumprimento dos termos do acordo de leniência firmado entre a instituição e o grupo J&F.
A investigação tem prazo de validade de um ano e vai correr sob sigilo e poderá culminar com providências como a manutenção do acordo, um eventual aditamento dos termos ou até mesmo a sua rescisão completa.
Para completar, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, enviou, também ontem, um parecer ao Supremo Tribunal Federal defendendo a permanência da prisão de Joesley Batista e Ricardo Saud.
Ela classificou Joesley como tendo um “impulso voltado a praticar crimes capazes de aumentar o seu poder econômico”. A conclusão é parecida com a que teve ao defender, na última sexta, que o outro irmão, Wesley Batista, permanecesse preso.