Brasil

CPMI aprova relatório de Marco Maia com 52 indiciamentos

Lista inclui ex-dirigentes da Petrobras, funcionários de empreiteiras e Alberto Youssef, mas exclui políticos e atuais membros da diretoria da estatal


	Marco Maia: relator disse que não há indício de que atual diretoria da Petrobras esteja envolvida em irregularidades
 (Wilson Dias/ABr)

Marco Maia: relator disse que não há indício de que atual diretoria da Petrobras esteja envolvida em irregularidades (Wilson Dias/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de dezembro de 2014 às 14h11.

Brasília - A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras aprovou nesta quinta-feira o novo relatório do deputado Marco Maia (PT-RS), sugerindo o indiciamento de 52 pessoas em crimes que incluem participação em organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva.

A lista inclui ex-dirigentes da Petrobras, funcionários de empreiteiras, o doleiro Alberto Youssef, entre outros, mas exclui políticos e atuais membros da diretoria da estatal.

Em entrevista a jornalistas, Maia disse que não há nenhum indício de que a atual diretoria da Petrobras esteja envolvida em irregularidades.

O texto aprovado na comissão é diferente do apresentado pelo relator na semana passada que, além de não sugerir qualquer indiciamento, também não considerava que a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, tinha sido um mau negócio para a estatal brasileira.

A polêmica compra da refinaria norte-americana desencadeou a instalação da CPMI para apurar irregularidades na Petrobras.

Os depoimentos na CPMI posteriormente se desenvolveram à medida que surgiram mais denúncias relacionadas à operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga suposto esquema de corrupção em obras da estatal, envolvendo empreiteiras e pagamentos ilegais a políticos, o que afetou a assinatura do balanço do terceiro trimestre da estatal por auditores independentes.

Maia retificou seu parecer após a Controladoria-Geral da União apontar perdas de 660 milhões de dólares com o negócio, e determinar a instauração de processos administrativos contra ex-executivos da estatal.

No novo parecer, indicou "potencial prejuízo de 561,5 milhões de dólares aos cofres da Petrobras.

A suspeita era de que a Petrobras pagou pela refinaria valores muito superiores do que os 360 milhões de dólares desembolsados inicialmente por 50 por cento da unidade.

Ao final, a estatal pagou 1,25 bilhão de dólares por Pasadena e ainda teve de fazer investimentos de 685 milhões de dólares em melhorias operacionais e manutenção.

O relatório de Maia concluiu ainda que a Refinaria do Nordeste (Rnest), uma das obras mais polêmicas da Petrobras, custou 4,2 bilhões de dólares a mais do que deveria.

Segundo Maia, o relatório da CPMI deve ser encaminhado pela presidência do Congresso a órgãos como Justiça Federal, Controladoria- Geral da União (CGU), Tribunal de Contas da União (TCU), Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), além da própria Petrobras.

"Há um conjunto de órgãos que deverão a partir de hoje receber o relatório da CPMI porque ali tem recomendações e indicações que deverão ser feitas durante esses próximos dias", disse o deputado após a aprovação do relatório.

CONDIÇÕES POLÍTICAS

A oposição chegou a apresentar um relatório paralelo, pedindo o indiciamento de 61 pessoas, incluindo a presidente da estatal, Maria das Graças Foster, e o atual diretor de Abastecimento, João Carlos Cosenza, além de pedir investigações adicionais de outras 36 pessoas.

Considerado "chapa-branca" por integrantes da oposição, o parecer do Maia não aponta indícios de irregularidades envolvendo a atual direção da estatal.

O deputado declarou, no entanto, que o sentimento "do mundo político" é de que o comando da Petrobras precisa ser "revitalizado". "Não é uma opinião do relator da CPMI, é uma opinião do deputado Marco Maia", disse.

"Acho que a direção da Petrobras não tem mais condições, neste momento, políticas e até mesmo emocionais para continuar conduzindo esta que é a maior empresa do Brasil."

Por conta das investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, a Justiça Federal do Paraná já aceitou denúncia contra 39 acusados de envolvimento no suposto esquema de corrupção na estatal, entre eles ex-diretores da empresa.

Na quarta-feira o Ministério Público Federal também protocolou um acordo de leniência firmado com seis empresas que se comprometeram a colaborar com as investigações e pagar multa de 15 milhões de reais em troca de não serem alvo de ações do MPF por conta de sua participação no escândalo.

Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasCorrupçãoCrimecrime-no-brasilEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEscândalosEstatais brasileirasFraudesGás e combustíveisIndústria do petróleoLavagem de dinheiroPetrobrasPetróleo

Mais de Brasil

Erika Hilton apresenta hoje proposta para acabar com escala 6x1

Sul sofrerá com onda de calor, enquanto 18 estados terão chuvas intensas nesta terça

Lula se reúne hoje com centrais sindicais falar do FGTS de quem optou por saque-aniversário

Lula anuncia pagamento do Pé-de-Meia e gratuidade dos 41 remédios do Farmácia Popular