Brasília - A CPI criada na Câmara dos Deputados para investigar denúncias contra a Petrobras aprovou nesta quinta-feira os primeiros requerimentos para ouvir a diretora da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Magda Chambriard, segundo o relator da comissão, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), além de ex-diretores da estatal e do doleiro que estaria ligado ao esquema, Alberto Yousseff.
Dentre os convocados, o primeiro a ser ouvido pela comissão deve ser o ex-diretor da estatal Pedro Barusco, em sessão prevista para a manhã da próxima terça-feira, que ainda precisa ser autorizada pela Justiça, uma vez que o ex-diretor encontra-se em prisão domiciliar.
Os ex-presidentes da Petrobras Maria das Graças Foster e José Sérgio Gabrielli também foram convocados a depor.
Na primeira reunião desde a instalação da CPI, cujo início foi marcado por bate-boca e desentendimento por conta da criação de quatro sub-relatorias à revelia do relator Luiz Sério e de seu partido, entre outros, os deputados aprovaram ainda a sugestão do presidente da comissão, Hugo Motta (PMDB-PB), de contratar a empresa Kroll para auxiliar o trabalho da quarta sub-relatoria, que trata de irregularidades na operação da companhia Sete Brasil e na venda de ativos da Petrobras na África.
Segundo Motta, a contratação da Kroll ainda precisa ser autorizada pela Mesa da Câmara.
“Precisa-se de um orçamento da empresa e submeteremos ao presidente (da Casa) Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que ele possa nos fornecer o orçamento e a partir daí contrataremos a empresa”, disse Motta a jornalistas. “Depois disso com certeza tornaremos público como se dará o trabalho dessa empresa no âmbito da quarta sub-relatoria criada por nós na manhã de hoje.”
Pego de surpresa com a criação das sub-relatorias, Luiz Sérgio afirmou que “bolo que muita gente mexe acaba solado”.
O relator havia sugerido a criação de duas sub-relatorias em seu plano de trabalho e durante a discussão nesta quinta, o PSB sugeriu a criação de mais duas. Luiz Sérgio afirmou que haverá decisão sobre essas quatro sub-divisões ao longo da semana.
-
1. Os deputados da CPI das Petrobras que mais ganharam das empresas da Lava Jato nas eleições
zoom_out_map
1/17 (Petrobras/Divulgação)
São Paulo - Dos 27 escolhidos para participar da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da
Petrobras, ao menos 13 tiveram parte de suas campanhas eleitorais financiadas por empresas investigadas no âmbito da
Operação Lava Jato, que apura esquema de
corrupção na estatal. Juntas,
Odebrecht,
Galvão Engenharia, Engevix,
Andrade Gutierrez,
UTC,
OAS e Toyo Setal doaram mais de 3,5 milhões de reais aos deputados federais que vão atuar na CPI que foi instalada nesta quinta-feira. Quase metade desse valor foi doado apenas para os deputados Hugo Motta (PMDB-PB) e Luiz Sérgio (PT-RJ), respectivamente presidente e relator da comissão. O aparente paradoxo gerou um debate acalorado no primeiro dia de trabalhos da CPI. O deputado Ivan Valente (PSOL-SP)
apresentou uma questão de ordem pedindo a destituição dos parlamentares que receberam doações das empresas investigadas. O pedido foi
rejeitado pela Câmara. "Não podemos criminalizar quem recebeu o financiamento legal para suas campanhas", disse o líder do PMDB, Leonardo Picciani (RJ). Esta é a terceira vez que o
Congresso instala uma CPI para investigar o esquema de corrupção na Petrobras. O objetivo, desta vez, é apurar as irregularidades ocorridas entre 2005 e 2015. Os trabalhos devem durar 120 dias, com a possibilidade de prorrogação de mais 60 dias. Veja, nas fotos, o ranking dos deputados da CPI das Petrobras que mais ganharam das empresas da Lava Jato nas eleições, segundo levantamento de EXAME.com com base nos dados divulgados pelas campanhas dos parlamentares.
-
2. 1º - Luiz Sérgio (PT-RJ)
zoom_out_map
2/17 (Divulgação)
O relator da CPI da Petrobras recebeu R$ 2.429.512,5 em doações nas eleições passadas. As empreiteiras da Lava Jato foram responsáveis por 40% deste total.
-
3. 2º - Edio Lopes (PMDB-RR)
zoom_out_map
3/17 (Divulgação/ Facebook Edio Lopes)
O deputado Edio Lopes recebeu R$ 2,4 milhões em doações nas eleições de 2014. As empreiteiras da Lava Jato foram responsáveis por 28% desse total.
-
4. 3º - Hugo Motta (PMDB-PB)
zoom_out_map
4/17 (Reprodução/Flickr/PMDB Nacional)
Aos 25 anos, Hugo Motta é o presidente da CPI da Petrobras. Nas eleições de 2014, ele recebeu R$ 742.259,17 em doações.As empreiteiras investigadas na Lava Jato foram responsáveis por 0,07% deste total.
-
5. 4º - Júlio Delgado (PSB-MG)
zoom_out_map
5/17 (Câmara dos Deputados/Arquivo)
O deputado Júlio Delgado ganhou R$ 1,7 milhão em doações de campanha no ano passado. As empreiteiras investigadas na Lava Jato foram responsáveis por 21% deste montante.
-
6. 5. Antônio Imbassahy (PSDB-BA)
zoom_out_map
6/17 (Gustavo Lima/Câmara dos Deputados/Reprodução)
-
7. 6. Cacá Leão (PP-BA)
zoom_out_map
7/17 (Divulgação/ Cacá Leão/Divulgação)
O deputado Cacá Leão recebeu mais de 2 milhões de reais em doações de campanha nas eleições passadas. As empreiteiras investigadas na Lava Jato foram responsáveis por 14% deste montante.
-
8. 7. Paulinho da Força (PDT-SP)
zoom_out_map
8/17 (Antonio Cruz/ABr)
O deputado Paulo Pereira da Silva recebeu mais de 2,8 milhões de reais em doações de campanha nas eleições passadas. As empreiteiras investigadas na Lava Jato foram responsáveis por 8% deste total.
-
9. 8. Onyx Lorenzoni (DEM-RS)
zoom_out_map
9/17 (Divulgação/ Onyx Lorenzoni)
O deputado Onyx Lorenzoni recebeu pouco mais de 2 milhões de reais em doações de campanha nas eleições passadas. As empreiteiras investigadas na Lava Jato foram responsáveis por quase 10% deste total.
-
10. 9. João Carlos Bacelar (PR-BA)
zoom_out_map
10/17 (Renato Araújo/ Agência Câmara)
O deputado João Carlos Bacelar recebeu pouco mais de 382 mil reais em doações de campanha nas eleições passadas. As empreiteiras investigadas na Lava Jato foram responsáveis por 27% deste total.
-
11. 10. Félix Mendonça Júnior (PDT-BA)
zoom_out_map
11/17 (Divulgação/ Facebook Félix Mendonça Júnior)
O deputado Félix Mendonça Júnior recebeu R$ 1,2 milhão em doações de campanha nas eleições passadas. As empreiteiras investigadas na Lava Jato foram responsáveis por 1,8% deste total.
-
12. 11. Afonso Florence (PT-BA)
zoom_out_map
12/17 (Agência Brasil)
O deputado Afonso Florence recebeu R$ 549,3 mil em doações de campanha nas eleições passadas. As empreiteiras investigadas na Lava Jato foram responsáveis por 2,9% deste total.
-
13. 12 - Paulo Magalhães (PSD-BA)
zoom_out_map
13/17 (Divulgação/ Renato Araujo)
O deputado Paulo Magalhães recebeu R$ 398.2 mil em doações de campanha nas eleições passadas. As empreiteiras investigadas na Lava Jato foram responsáveis por 1,3% deste total.
-
14. 13 - Bruno Covas (PSDB-SP)
zoom_out_map
14/17 (Divulgação)
O deputado Bruno Covas recebeu R$ 3,5 milhões em doações de campanha nas eleições passadas. As empreiteiras investigadas na Lava Jato foram responsáveis por 0,07% deste total.
-
15. 14. Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP)
zoom_out_map
15/17 (Larissa Ponce/Câmara dos Deputados/Reprodução)
O deputado Arnaldo Faria de Sá recebeu R$ 1,9 milhão em doações de campanha nas eleições passadas. As empreiteiras investigadas na Lava Jato foram responsáveis por 0,12% deste total.
-
16. 15. Marcelo Squassoni (PRB - SP)
zoom_out_map
16/17 (Divulgação/Facebook)
-
17. Veja agora quais são as 9 CPIs que podem começar no Congresso ainda este mês
zoom_out_map
17/17 (Ueslei Marcelino/Reuters)