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CPI convoca Duque e quebra sigilos de tesoureiro do PT

Comissão também aprovou a realização de uma acareação entre outros dois ex-diretores da companhia, Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró

Senador Vital do Rêgo preside reunião da CPI da Petrobras nesta terça-feira, em Brasília (Jefferson Rudy/Agência Senado)

Senador Vital do Rêgo preside reunião da CPI da Petrobras nesta terça-feira, em Brasília (Jefferson Rudy/Agência Senado)

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Da Redação

Publicado em 18 de novembro de 2014 às 19h54.

São Paulo - A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista que investiga as denúncias de irregularidades na Petrobras aprovou nesta terça-feira a convocação do ex-diretor da estatal Renato Duque e aprovou a quebra dos sigilos bancários, fiscal e telefônico do tesoureiro do PT, José Vaccari Neto.

A comissão também aprovou a realização de uma acareação entre outros dois ex-diretores da companhia, Paulo Roberto Costa, de Abastecimento, e Nestor Cerveró, da área internacional.

De acordo com a Agência Câmara, a intenção do deputado Enio Bacci (PDT-RS), autor do requerimento de acareação, é contrapor declarações de Costa que afirmou que Cerveró recebeu recursos do esquema de desvio de recursos na estatal.

A comissão também aprovou a convocação do presidente licenciado da Transpetro, uma subsidiária da Petrobras, Sérgio Machado.

Costa foi preso pela Polícia Federal no âmbito da Operação Lava Jato. Em um processo de delação premiada, ele disse em depoimento à Justiça que empresas contratadas pela Petrobras formaram um cartel e cobravam um sobrepreço nos contratos com a petroleira.

Parte desses recursos pagos em sobrepreço era repassado, segundo Costa, a partidos políticos como PT, PP e PMDB. Outra parte ficaria com os diretores envolvidos e com operadores que repassariam esses recursos.

Vaccari seria o operador do PT no esquema, segundo o depoimento de Costa. A Secretaria Nacional de Finanças do PT, chefiada por Vaccari, afirma que o tesoureiro nunca tratou sobre contribuições financeiras ou de qualquer outro assunto com Costa.

Em nota, o órgão partidário afirmou que as contribuições ao PT ocorrem dentro da lei e que Vaccari processará seus acusadores.

A CPI, composta por senadores e deputados, também aprovou a convocação de Duque, ex-diretor de Engenharia, Tecnologia e Materiais da Petrobras e um dos presos na última sexta-feira pela PF em uma nova fase da Lava Jato.

Em depoimento à Procuradoria da República, o executivo da empresa Toyo Setal Augusto Mendonça Neto disse ter pago cerca de 60 milhões de reais de propina a Duque.

Em nota divulgada na segunda-feira, a assessoria de imprensa de Duque afirmou que o ex-executivo desconhece a existência de um cartel por fornecedores da Petrobras e negou envolvimento em atividades criminosas.

Além de Duque, executivos de algumas das maiores empreiteiras do país também foram presos pela PF na sexta passada.

Machado, por sua vez, foi convocado pelos parlamentares que integram a comissão após Costa afirmar, também em depoimento à Justiça, que entregou recursos de propina para o presidente licenciado da Transpetro.

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