Antonio Barra Torres, presidente da Anvisa (Pedro França/Agência Senado)
Alessandra Azevedo
Publicado em 11 de maio de 2021 às 06h00.
Última atualização em 11 de maio de 2021 às 10h31.
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid ouve nesta terça-feira, 11, o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres. O principal assunto a ser tratado com ele é o processo de liberação de vacinas contra a covid-19, com destaque para a recente negativa da Anvisa em aprovar a importação do imunizante russo, Sputnik V.
A Anvisa rejeitou, em 26 de abril, pedido de importação da Sputnik V feito por governos estaduais. A agência alegou que não havia informações suficientes para garantir a segurança, a qualidade e a eficácia da vacina. Os senadores vão perguntar exatamente que informações faltavam e se elas foram solicitadas.
Os integrantes da comissão vão lembrar Barra Torres que, nesta segunda-feira, 10, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu 48 horas para a Anvisa explicar de forma detalhada o que falta para uma análise definitiva do pedido de autorização de importação e distribuição da Sputnik V.
Barra Torres também será questionado sobre a tentativa de alteração da bula da cloroquina, para que o remédio passasse a ser indicado também para tratamento da covid-19. O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta disse, em depoimento à CPI, ter encontrado um documento não timbrado com essa sugestão em uma reunião no Palácio do Planalto.
Os senadores devem questioná-lo sobre a origem desse documento, de quem partiu a tentativa de mudar a bula e como aconteceu esse episódio. Eles também querem saber se essa sugestão surgiu mais de uma vez no Palácio do Planalto e se contava com a aprovação do presidente Jair Bolsonaro, de ministros e outras autoridades.
Outra afirmação de Mandetta que deve ser levada a Barra Torres é a de que Bolsonaro tinha um “assessoramento paralelo”. O ex-ministro disse que o presidente fazia reuniões com médicos que não eram da equipe do ministério e que defendiam o uso de medicamentos sem eficácia comprovada no “tratamento precoce” à covid-19.
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