CPI da Covid-19: os outros ex-ministros da pasta Nelson Teich, Eduardo Pazuello, e o atual, Marcelo Queiroga, e o presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, também devem ser ouvidos (Getty/Getty Images)
Alessandra Azevedo
Publicado em 27 de abril de 2021 às 15h43.
Última atualização em 27 de abril de 2021 às 16h12.
O relator da CPI da Covid-19 do Senado, senador Renan Calheiros (MDB-AL), apresentou nesta terça-feira, 27, um plano inicial de trabalho, com proposta de convocações e requerimentos, para que o colegiado avalie. Os integrantes da comissão poderão apresentar sugestões até o meio-dia desta quarta-feira, 28. A próxima reunião, quando será batido o martelo, está marcada para quinta-feira, 29.
Mesmo com o plano de trabalho ainda em elaboração, os integrantes da CPI concordaram com a necessidade de convidar o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. Ele será o primeiro a ser ouvido pelo colegiado, na próxima terça-feira, 4. Os senadores devem questioná-lo sobre a compra de medicamentos sem eficácia comprovada, como a cloroquina, e sobre o início do processo de compra de vacinas.
Em seguida, serão chamados ao colegiado outros dois ex-chefes da pasta: Nelson Teich e Eduardo Pazuello. O atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, também deve ser ouvido pela comissão. Além dele, os senadores estão decididos a convidar o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres. Todos esses nomes já estão no plano inicial de Renan.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, e o ex-chanceler Ernesto Araújo também estão na lista de boa parte dos senadores do colegiado e devem ser incluídos. O primeiro será perguntado sobre repasses feitos a estados e municípios, compra de medicamentos e de vacinas e demora no pagamento e na renovação do auxílio emergencial, entre outros pontos.
Já no caso de Araújo, o assunto principal deve ser até que ponto as dificuldades diplomáticas do Brasil com países como a China e os Estados Unidos pode ter atrapalhado a aquisição de vacinas. O ex-ministro das Relações Exteriores já se antecipou, nas redes sociais, e disse que a atuação dele à frente do Itamaraty "não foi empecilho para nada".
A princípio, a ideia é que o colegiado se reuna sempre às terças e quartas-feiras -- com exceção desta quarta. O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), decidiu que as reuniões serão feitas de forma semipresencial. Além dele, precisarão ir ao Senado o vice-presidente, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), e o relator, Renan Calheiros.
No plano inicial apresentado nesta terça, Renan cita 11 temas que devem ser avaliados pelos outros integrantes do colegiado. Além de convocação de ministros, ele sugere que a CPI solicite ao Ministério da Saúde todos os processos relativos à aquisição de vacinas e peça os dados referentes à regulamentação feita pelo governo federal sobre ações de enfrentamento à pandemia, como isolamento social e quarentena.
Renan também sugere a solicitação de todos os registros de ações e documentos do governo federal relacionados a medicamentos sem eficácia comprovada e a tratamentos precoces. Outra sugestão é que a comissão peça dados referentes às estratégias e campanhas de comunicação sobre a covid-19, com os devidos gastos orçamentários.
O plano prevê ainda que o governo apresente todos os contratos que tenham resultado em repasses de verbas a estados e capitais. Em relação ao colapso de saúde pública em Manaus, o relator propõe que as autoridades sanitárias tenham que enviar à CPI todos os pedidos de ajuda e de envio de suprimentos hospitalares, em especial de oxigênio, com as respostas do governo federal.
Outra proposta é que a CPI peça ao Supremo Tribunal Federal (STF) que compartilhe as investigações relativas ao processo das Fake News. Sobre o mesmo tema, Renan sugere que também seja feita uma requisição à CPI das Fake News de todo o material apurado.