Ex-ministro da Cidadania Osmar Terra será ouvido pela CPI da Covid (Jefferson Rudy/Agência Senado)
Alessandra Azevedo
Publicado em 22 de junho de 2021 às 06h00.
Última atualização em 22 de junho de 2021 às 11h34.
A CPI da Covid ouve nesse momento o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), ex-ministro da Cidadania. Apontado como integrante do “gabinete paralelo” que assessorava o presidente Jair Bolsonaro sobre a pandemia, ele será ouvido na condição de convidado, não de testemunha.
Os senadores pretendem questionar Osmar Terra sobre declarações controversas feitas por ele ao longo da pandemia, como falas em defesa de medicamentos sem eficácia comprovada para covid-19 e contra o distanciamento social como medida preventiva.
Osmar Terra disse, em 4 de abril de 2020, que o país estava sendo “submetido a uma quarentena radical que destrói nossa economia e empregos”. Segundo ele, o pico de contaminações seria ainda naquele mês. Dois meses depois, ele disse que a epidemia acabaria em junho.
O deputado também defendeu a tese da imunidade de rebanho, pela qual a população chegaria a um nível de imunização satisfatório naturalmente, sem vacinas, conforme as pessoas fossem diagnosticadas com covid-19. Em 13 de julho de 2020, ele disse que a epidemia iria "acabar sem vacinas", em entrevista à Jovem Pan.
Em depoimento à CPI, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta afirmou que um grupo paralelo à pasta aconselhava o presidente na área da saúde. Segundo ele, os posicionamentos de Bolsonaro seguiam as linhas prescritas por essas pessoas que participavam do “gabinete paralelo”.
Osmar Terra seria o “mentor intelectual” desse grupo. Por não ser convocado, mas sim convidado, o deputado não é obrigado a responder todas as perguntas e pode deixar a sessão quando quiser.
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