Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em depoimento à CPI da Covid (Edilson Rodrigues/Agência Senado)
Alessandra Azevedo
Publicado em 8 de junho de 2021 às 11h26.
Última atualização em 8 de junho de 2021 às 11h30.
Em depoimento à CPI da Covid, nesta terça-feira, 8, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que o risco de contaminação pela covid-19, caso a Copa América aconteça no Brasil, é o mesmo que se não o evento não ocorrer no país. Ele ressaltou que o evento é "pequeno" e que todos os atletas têm seguro privado.
"Não acontecendo público nos estádios, naturalmente não teremos risco de aglomerações e de uma contaminação maior, de tal maneira que o risco que a pessoa tem de contrair covid-19 será o mesmo com jogo ou sem jogo", afirmou Queiroga. "Não estou dizendo que não há risco. Estou dizendo que não há risco adicional", acrescentou.
O ministro também disse que "todos os atletas têm seguros" privados, de forma que não há risco de pressão sobre o Sistema Único de Saúde (SUS). "Se houver alguma sinistralidade, eles [atletas] vão usar o sistema privado, bem como os membros da comissão técnica. Então, isso não vai acarretar pressão sobre sistema de saúde do Brasil", afirmou.
"Não vejo, do ponto de vista epidemiológico, uma justificativa que fundamente a não ocorrência do evento", afirmou Queiroga. “Não é um evento de grandes proporções. A Copa América é um evento pequeno. Não é uma Olimpíada", pontuou o ministro.
Queiroga afirmou que a prática de esportes e de jogos é liberada no Brasil e citou o Campeonato Brasileiro de Futebol, que aconteceu com mais de 100 partidas "dentro de ambiente controlado, sem público nos estádios". O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) lembrou que houve 320 casos de covid-19 registrados no campeonato, entre atletas e técnicos.
"Mas transmissão em campo foi um caso", afirmou Queiroga. Randolfe, então, questionou se, quando o atleta sai do campo, deixa de transmitir o vírus. "As pessoas estão vivendo, elas podem adquirir a covid. Aqui estamos falando da questão em campo", respondeu o ministro.
Segundo Queiroga, técnicos do ministério fizeram uma revisão sistemática de protocolos e concluíram que não há probabilidade de circulação do vírus "que possa colocar em risco a vida dos jogadores ou a vida dos membros da comissão técnica".
O ministro deixou claro que não "deu aval" para acontecer ou não o evento no Brasil, porque a decisão não cabe a ele. "O que o presidente me pediu foi que avaliasse os protocolos, e avaliamos os da CBF e da Conmebol. São protocolos que permitem a segurança para a ocorrência dos jogos no Brasil", reforçou.
Para Queiroga, os protocolos apresentados ao Ministério da Saúde para a realização do evento no Brasil são seguros, mesmo sem a vacinação de todos os atletas. "Se aquele protocolo for cumprido, não teremos riscos adicionais para os jogadores que participam dessa competição. Essa é a opinião do Ministério da Saúde neste momento”, afirmou.