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CPI aprova covocação de Eike Batista e Taiguara Rodrigues

Empresários do grupo EBX e do Exergia Brasil serão convocados para depor na CPI do BNDES


	Eike Batista foi convocado para explicar os empréstimos de mais de R$ 10 bilhões feitos à EBX, que atualmente está falida
 (Arquivo/Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Eike Batista foi convocado para explicar os empréstimos de mais de R$ 10 bilhões feitos à EBX, que atualmente está falida (Arquivo/Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 9 de setembro de 2015 às 17h06.

Brasília - Em sessão marcada por tumulto e divergências, a comissão parlamentar de inquérito (CPI) que apura denúncias sobre irregularidades em empréstimos feitos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou hoje (9), por votação simbólica, a convocação dos empresários Eike Batista, do Grupo EBX, e Taiguara Rodrigues dos Santos, do Exergia Brasil.

Os depoimentos devem ocorrer apenas depois do dia 27, já que, até esta data, a comissão já tem uma série de audiências marcadas para ouvir diretores e ex-presidentes da instituição.

A aprovação do requerimento para ouvir Taiguara Rodrigues provocou bate-boca e questionamentos por parte de deputados base aliada. Petistas reclamaram que não tiveram tempo para se manifestar.

“Não foi correto com a gente”, reclamou Carlos Zarattini (PT-SP). O presidente da CPI, Marcos Rotta (PMDB-AM), porém, manteve o resultado. “Se vocês dormiram no ponto, não é problema do presidente. Aguardei segundos para que Vossas Excelências se manifestassem”, disse o deputado.

A convocação ocorreu minutos depois de a CPI ter decidido, por 15 votos a 9, derrubar outro requerimento para ouvir os empresários Wesley Batista e Joesley Batista, da JBS.

Nesse caso, os votos foram contados depois que a oposição pediu verificação e iniciou, em tom de apelo, discursos pela convocação dos empresários, que receberam grandes volumes de financiamento do BNDES.

“Se tiver que ter fato concreto, crime julgado, para podermos convocar, não precisamos ter essa CPI, que é uma comissão de investigação. Há elemento suspeito e indício? Então é dever da CPI apurar. A JBS está entre as empresas que receberam um grande volume de financiamento do BNDES”, afirmou o deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA).

Para o deputado Edio Lopes (PMDB-RR), a CPI precisa ter mais elementos para a convocação. “Convocar diretores e presidentes sem fato consistente é colocar empresas em risco. Eles têm acionistas, crédito e interesses, e uma simples convocação pode estabelecer prejuízos”, disse Lopes.

Na mesma linha, o deputado Delegado Edson Moreira (PTN-MG) pediu cautela. “Vamos trazer para cá e perguntar o quê? Chamar só para fazer espetáculo, não. Não é hora de chamar estas pessoas.”

Tais apelos não surtiram, porém, efeito: Eike Batista foi convocado para explicar os empréstimos de mais de R$ 10 bilhões feitos à EBX, que atualmente está falida, e Taiguara Rodrigues teve a convocação aprovada em votação simbólica.

Os autores do pedido justificaram a convocação pelo fato de Taiguara ter recebido, por meio da Odebrecht, recursos para complementação de obras em Angola e por suspeita de favorecimento do empresário, que é filho de um irmão da primeira mulher do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Durante a sessão, alguns parlamentares questionaram o fato de alguns documentos enviado pelo BNDES terem sido entregues com carimbos de sigilo.

Betinho Gomes (PSDB-PE) reclamou que sequer as atas de reuniões dos conselhos do banco foram disponibilizadas e a instituição só informou a lista de presença destes encontros.

“As informações que nos mandaram não acrescentam nada. Não têm utilidade alguma”, disse o deputado.

Marcos Rotta antecipou para o colegiado que o BNDES reconheceu “que tomou uma cautela demasiada”.

A CPI tem uma reunião reservada com representantes do BNDES que, segundo Rotta, o procuraram para rever a classificação de alguns dos documentos enviados e apresentar propostas sobre quais poderiam ser abertos.

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