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Covid: prefeito de Porto Velho diz que sistema de saúde está em colapso

Com 70 leitos e 23 respiradores, prefeito diz que casos estão se agravando mais rapidamente e que cidade não tem estrutura

Porto Velho: capital de Rondônia já registrou mais de 1.000 mortes e quase 47 mil casos (Luiz Alexandre/Flickr)

Porto Velho: capital de Rondônia já registrou mais de 1.000 mortes e quase 47 mil casos (Luiz Alexandre/Flickr)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de janeiro de 2021 às 16h34.

O prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB), declarou neste sábado, 23, que a cidade enfrenta um rápido agravamento da pandemia da covid-19 e enfrenta falta de leitos para atender a todos os paciente. "Hoje o sistema de saúde de Porto Velho está em colapso", afirmou em coletiva de imprensa.

"Qualquer um aqui presente, se precisar de leito de internação, provavelmente não vai conseguir ser internado e, dependendo da gravidade, poderá sim vir a óbito", alertou. "Se você está cumprindo a recomendação do governo, permaneça em casa e se proteja, porque é real a chance de você morrer de coronavírus em Porto Velho."

De acordo com ele, a situação é mais grave do que a registrada no pico da pandemia em 2020, pois, dessa vez, a demanda cresceu de forma mais acelerada e simultaneamente em todo o Estado. "Hoje, todo mundo está acompanhando o que está acontecendo em Manaus. Estamos muito perto de viver aqui, na nossa cidade, de Porto Velho, e no nosso estado de Rondônia, uma tragédia humanitária."

Para a gestão municipal, um dos motivos é o relaxamento das medidas de distanciamento social nas festas de fim de ano. Há, ainda, uma suspeita que a nova variante amazonense do novo coronavírus também possa ter influência, porque Rondônia faz divisa com o Amazonas e os casos atuais estariam piorando mais rapidamente do que os registrados em 2020.

"Hoje, há uma agravamento muito mais rápido da doença. Meses atrás, levava de uma semana a 10 dias para ocorrer. Hoje é coisa de 3 ou 4 dias", alegou. "Isso coloca em estresse todo o sistema de saúde. Mesmo quem tem dinheiro, não vai ter atendimento hoje."

De acordo com a gestão municipal, cerca de 1 mil pessoas estão sendo atendidas diariamente por call center, serviço que também está sobrecarregado e não está conseguindo dar conta integralmente da demanda. "Está conseguindo atender de 80% a 90%", diz o prefeito.

A cidade conta com 70 leitos de internação e 23 respiradores. "Na primeira onda, não tivemos colapso. Conseguimos manter o sistema funcionando", compara Chaves, que já era prefeito de Porto Velho em 2020.

Chaves ainda rechaçou o comportamento de parte da população que está tomando medicamentos sem eficiência comprovada contra a covid-19 como prevenção à doença. "Não há comprovação científica em lugar nenhum do mundo. É muita pretensão de alguns brasileiros acharem e propagarem na internet que conhecem a solução para o coronavírus."

Com população estimada de 539 mil habitantes, Porto Velho recebeu 18 mil doses de vacina contra a covid-19, de acordo com a prefeitura. O município determinou que a prioridade neste momento é vacinar profissionais de saúde que têm contato direto com pacientes da doença, dos quais 1,2 mil foram imunizados até sexta-feira, 22. "O governo (federal) perdeu o timing na questão da vacina. Chegamos muito atrasados", lamentou.

Ao todo, Porto Velho tem 1.020 mortes e 46.892 casos confirmados pelo novo coronavírus. Entre quinta-feira, 21, e sexta-feira, 22 o Estado registrou 16 óbitos por covid-19, metade deles em Porto Velho. Na sexta, Rondônia tinha 568 pacientes internados pela doença.

 

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