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Covas confirma 1ª morte na fila por UTI em SP e estuda antecipar feriados

Segundo Covas, a Prefeitura descarta decretar qualquer lockdown no município e estuda antecipar os feriados municipais

São Paulo: segundo Covas, adiantar feriados teve efeito no passado em frear o contágio da doença (Ricardo Moraes/Reuters)

São Paulo: segundo Covas, adiantar feriados teve efeito no passado em frear o contágio da doença (Ricardo Moraes/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de março de 2021 às 10h28.

Última atualização em 18 de março de 2021 às 21h29.

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), disse que anunciará nesta quinta-feira (18) medidas restritivas para a capital paulista a fim de conter o avanço da covid-19. Segundo o prefeito, em entrevista à GloboNews, a Prefeitura descarta decretar qualquer lockdown no município, uma vez que seria "inviável" a fiscalização.

Entre as medidas analisadas que Covas adiantou, a Prefeitura estuda antecipar os feriados municipais. Segundo Covas, esta medida teve efeito no passado em frear o contágio da doença. A entrevista coletiva para o anúncio está prevista para as 12h, com transmissão pela internet. O gabinete do prefeito não deu mais detalhes.

Conforme o prefeito, nesta semana a Prefeitura registrou o primeiro caso de óbito pela covid-19 de paciente, na zona leste, que morreu sem conseguir atendimento em hospital da rede pública. "A gente, infelizmente, vê colapsando o sistema de Saúde", afirmou o prefeito.

Segundo relatório do Pronto Atendimento São Mateus II, localizado na zona leste da capital, Renan Ribeiro Cardoso deu entrada na unidade por volta das 19 horas do último dia 11. Ele tinha sido diagnosticado com o vírus dois dias antes, mas estava com falta de ar havia sete dias. Ele estava com febre e o raio X mostrou que os pulmões tinham sido afetados pela doença.

Por causa da obesidade e de um quadro de desconforto respiratório leve, foi internado e, no dia seguinte, foi inserido na Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde (CROSS) para tentar uma vaga em outra unidade.

No dia 13, o quadro dele se agravou por volta das 16 horas e foi solicitada a transferência com urgência do jovem, pois o hospital não tinha um ventilador mecânico disponível naquele momento.

Em 15 minutos, a unidade conseguiu um ventilador com outra unidade. Como ele não apresentou melhora, precisou ser entubado, mas teve uma parada cardiorrespiratória e morreu às 17h19. A vaga de UTI foi disponibilizada no Hospital Covid-19 Barradas, o Hospital de Campanha de Heliópolis, na zona sul da capital, 19 minutos após a sua morte.

Nas redes sociais, amigos e familiares lamentaram a morte de Cardoso, destacando a alegria e a humildade do jovem.

Covas disse que o município de São Paulo tem hoje a mesma quantidade de leitos que no momento mais grave da crise no ano passado. "A continuar o crescimento da curva, só vamos ver aumentar casos de pessoas que morrem sem atendimento", afirmou Covas.

De acordo com dados desta quarta-feira (17) da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade), a Região Metropolitana de São Paulo registra ocupação dos leitos de enfermaria de 84,6% e de UTI de 90,7%. Nos últimos sete dias, houve um aumento de 21% em novas internações em comparação com os sete dias anteriores.

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