Fórmula 1: pelos números da prefeitura de SP, nenhum outro evento na cidade tem uma movimentação de dinheiro tão grande (Ferrari/Divulgação)
Estadão Conteúdo
Publicado em 10 de maio de 2019 às 13h37.
Última atualização em 10 de maio de 2019 às 16h09.
São Paulo — O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, afirmou nesta sexta-feira (10), que no próximo mês vai receber na cidade o chefe da Fórmula 1, Chase Carey, para uma reunião sobre a renovação de contrato da categoria para continuar a realizar o GP do Brasil no Autódromo de Interlagos.
A prova tem contrato até 2020 e a prefeitura está otimista de que conseguirá estender a parceria por mais alguns anos.
Covas e o governador de São Paulo, João Doria, se reuniram nesta sexta-feira no Palácio dos Bandeirantes, na capital paulista, para debater detalhes sobre a possível renovação de contrato.
O encontro foi marcado depois de nesta semana o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, assim como o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, e o governador fluminense, Wilson Witzel, terem assinado um termo de compromisso para construção de um novo autódromo na capital do Rio de Janeiro.
Depois da reunião, Covas e Doria concederam entrevista coletiva e reforçaram que pela qualidade da pista, pelo poderio econômico da cidade e pela tradição, São Paulo continua como favorita a se manter no calendário da F-1. "Se o Rio quiser disputar a Fórmula 1 com São Paulo, posso garantir que São Paulo tem mais chance de vencer nesse caso", afirmou o governador.
O prefeito de São Paulo contou que na quinta-feira recebeu a confirmação de que no próximo mês terá em São Paulo um encontro com o chefe da Fórmula 1, Chase Carey, para avançar nas negociações de um novo contrato.
"Desde o final do último GP iniciamos as tratativas para renovar contrato a partir de 2021. Durante esse período todo, não tivemos resistência alguma por parte do proprietário do evento. Em nenhum momento tivemos dificuldade. Teremos mais uma rodada de negociação em junho", explicou.
Covas e Doria reforçaram que a Fórmula 1 gerou apenas em 2018 um impacto econômico de R$ 330 milhões para São Paulo, impulsionado principalmente pelo público, que é formado 77% por turistas. Esse contingente gerou uma ocupação nos hotéis de 97% durante os dias da prova, em novembro. Pelos números da prefeitura, nenhum outro evento na cidade tem uma movimentação de dinheiro tão grande.
Apesar de na quarta-feira Bolsonaro ter afirmado que o GP de 2020 já seria no novo autódromo do Rio de Janeiro, Covas explicou que o presidente se confundiu. Tanto o prefeito como Doria reiteraram que para o GP do Brasil do próximo ano ser realizado fora de São Paulo, seria necessário romper o contrato.
"Temos contrato assinado com os promotores da Fórmula 1, com cláusulas rigorosas, multas pesadas, mas valores confidenciais. Não há razão para acreditar que a continuidade desse importante evento não siga na capital paulista", comentou o governador.
As lideranças paulistas esclareceram que mesmo com a disputa por receber a Fórmula 1, não há clima de animosidade com Bolsonaro ou com os políticos do Rio de Janeiro. "Não há estremecimento com ninguém. Temos todos uma relação muito boa e respeitosa", disse Doria. "Não é uma 'cruzada' contra o presidente Bolsonaro. Estou apenas defendendo os interesses da cidade de São Paulo", acrescentou Covas.