Aluna beneficiada por cotas raciais na UnB: o próximo passo, segundo o MEC, é ouvir pró-reitores de graduação para obter informações sobre as experiências (Renato Araujo/ABr)
Da Redação
Publicado em 2 de dezembro de 2013 às 10h32.
São Paulo - Os números mostram que o modelo de cotas e seus efeitos na prática devem ser monitorados, segundo os especialistas. A Lei 12.711/2012, que trata da reserva de vagas em universidades federais, prevê acompanhamento e avaliação da ação afirmativa pelo Ministério da Educação (MEC), com apoio da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e da Fundação Nacional do Índio.
Para o pesquisador da UERJ João Feres Júnior, é necessário ter mais clareza sobre como os impactos são medidos para fazer ajustes. "Corrigir antes de avaliar é improdutivo", diz. Em dez anos, também é prevista revisão global da política.
Para o diretor da ONG Educafro, Frei David Santos, o comitê de avaliação é fundamental para garantir a qualidade do sistema e tornar o acesso ao ensino superior menos excludente. "O negro pobre [O COTISTA]precisa ter certeza de que vai disputar entre os iguais (meritocracia justa) e não entre os desiguais, os ricos (meritocracia injusta)", diz. O grande desafio, segundo ele, ainda é fazer com que os negros se encorajem a tentar as vagas.
O advogado José Roberto Ferreira Militão, crítico ao corte racial na seleção universitária, acredita que a reserva deveria seguir apenas critérios sociais. "Cria-se uma disputa racial entre os mais pobres, que costumam ficar entre os últimos nos vestibulares", argumenta.
O comitê de acompanhamento da Lei de Cotas, de acordo com o MEC, tem se reunido periodicamente e analisado os dados do primeiro ano de implementação, além de participar de encontros nas universidades. O próximo passo, informa a pasta, é ouvir pró-reitores de graduação para obter informações sobre as experiências.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.