Marcos Pereira: apesar de o PRB ter uma bancada majoritariamente evangélica, o presidente do partido afirmou que a religião não influencia na atuação dos quadros da legenda (Divulgação/PRB)
Da Redação
Publicado em 4 de maio de 2016 às 14h49.
Brasília - Indicado do PRB para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação de um eventual governo Michel Temer (PMDB), o presidente nacional do partido, Marcos Pereira, rebateu nesta quarta-feira, 4, as críticas da comunidade científica à sua possível indicação ao cargo.
Pastor licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, o dirigente disse que nunca misturou religião com trabalho ou com política.
"Religião é uma questão de foro íntimo. Nunca misturei religião com trabalho ou com política. Nunca fiz e não é agora que vou fazer", afirmou em entrevista ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.
Segundo Pereira, prova disso é que, em 2005, fez sua monografia de conclusão do curso de Direito defendendo que aborto de feto anencéfalo (sem cérebro) não pode ser crime, antes de o Supremo Tribunal Federal (STF) decidir sobre a questão, em 2012.
Apesar de o PRB ter uma bancada majoritariamente evangélica, o presidente do partido afirmou que a religião não influencia na atuação dos quadros da legenda.
"Por exemplo, a presidente Dilma Rousseff ligou para o bispo Edir Macedo (que tem forte influência sobre o PRB) para que ele revertesse a posição do partido sobre o impeachment, mas ele disse apenas que iria orar por ela e que ela precisaria falar comigo", contou Pereira.
O dirigente disse que, após acertar com Temer no início da semana que o PRB ficaria com Ciência e Tecnologia, já começou a ouvir representantes da comunidade científica.
Após o acerto vir a público, entidades do setor criticaram a possível indicação, afirmando que não é possível misturar religião e ciência. "Quando virem minha atuação, vão ver que não é assim", rebateu Marcos Pereira.
Michel Temer ofereceu Ciência e Tecnologia ao PRB no lugar do Ministério da Agricultura, pasta cobiçada inicialmente pelo partido e que deve ser entregue ao PP.
Antes de a legenda aceitar, aliados do vice-presidente chegaram a oferecer outras duas pastas ao PRB: Previdência Social e Secretaria Especial dos Portos. A cúpula do partido, no entanto, rejeitou as duas.