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Costa diz ter prestado serviço sem contrato a Youssef

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto da Costa, afirmou que prestou consultoria ao doleiro Alberto Youssef sobre compra de empresa

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto da Costa (Antonio Cruz/ABr)

O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto da Costa (Antonio Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 10 de junho de 2014 às 14h18.

Brasília - Dando início às oitivas com os principais envolvidos nas denúncias de corrupção e de contratos irregulares da Petrobras, a Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga a Petrobras interrogou hoje (10) o ex-diretor de Abastecimento da estatal, Paulo Roberto da Costa.

Ele é suspeito de ter desviado recursos públicos na construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

O ex-diretor é um dos investigados pela Operação Lava Jato, que busca desarticular uma organização que usava o doleiro Alberto Youssef para fazer lavagem de dinheiro.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), houve desvios na construção da refinaria pernambucana por meio de contratos superfaturados, feitos com empresas que prestaram serviços à Petrobras entre 2009 e 2014.

O MPF informou que a obra foi orçada em R$ 2,5 bilhões, mas custou mais de R$ 20 bilhões.

“Essa é uma história inventada e fora da realidade. Ela destruiu meu nome e minha reputação, baseada em falsas premissas. Não tive direito de resposta e nem condições de defender porque fiquei 59 dias recluso. Não houve lavagem de dinheiro da Petrobras e não existe contrato superfaturado”, disse Costa.

Paulo Roberto da Costa repudiou e acusou a imprensa por divulgar “dezenas de fatos irreais". 

"A Petrobas é uma empresa séria e competente. Muita coisa foi dita de forma antiética e sem provas”, disse o ex-diretor ao negar ter feito lavagem de dinheiro que, supostamente, teria sido desviado da estatal.

“Colocaram minha figura em posição extremamente delicada e sem fundamentos. Não se joga na lata de lixo meus 35 anos de Petrobras, como fizeram. Prejudicaram minha história e minha família”, acrescentou.

Costa admitiu que conheceu Youssef, a quem prestou serviço de consultoria sobre ser ou não vantajosa a compra, pelo doleiro, da empresa Eco Global – empresa que estaria prestes a assinar contrato com a Petrobras.

Como forma de pagamento pela consultoria, Costa teria recebido um veículo Land Rover.

“A consultoria foi acertada em 330 mil, mas o Youssef perguntou se poderia pagar com essa Land Rover que custaria R$ 300 mil mais 50 mil da blindagem feita em São Paulo. Como eu estava procurando um carro novo, aceitei. Mas foi para pagar pela consultoria”, disse ele.

Segundo o juiz Sérgio Moro, a Polícia Federal e o Ministério Público não foram encontradas provas de que os repasses ou comissões pagos ao ex-diretor – valores que, segundo os investigadores podem estar relacionados a lavagem de dinheiro – tenham sido prestados.

Moro era responsável pela condução do processo, mas a investigação foi suspensa e remetida ao Supremo por determinação do ministro Zavascki. Costa confirmou não ter assinado nenhum contrato pela consultoria, o que poderia servir de prova da prestação do serviço.

“O que houve foi trabalho”, disse.

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