São Paulo - Ao pedir perdão judicial em um dos processos criminais a que responde por corrupção e lavagem de dinheiro, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa detalhou que a propina de 3% paga a dirigentes da estatal e a políticos era embutida na margem de lucro de empreiteiras.
"Se uma empresa oferecia uma proposta de 15% acima do orçamento básico e repassava os 3%, ela ficava com lucro de 12%", explicou Costa, por meio de petição subscrita por seu advogado João Mestieri e entregue à Justiça Federal no Paraná, base da Operação Lava Jato.
Costa esclarece pontos da denúncia do Ministério Público Federal em que também são acusados o ex-diretor de Serviços da estatal Renato Duque e o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto.
A Procuradoria sustenta que os réus "frustraram o caráter competitivo das licitações obtendo vantagens consistentes em impor preços maiores que aqueles que seriam obtidos em um ambiente de livre concorrência".
O ex-diretor explica que no caso de três obras (Comperj, Renest e Repar) - alvos da denúncia - "não se pode dizer que houve sobrepreço".
Segundo ele, "os valores dos contratos assinados pela Diretoria de Serviços variavam entre 15% e mais 20%, as empresas repassavam em média até 3% (1% para o PP e 2% para o PT)".
Em sua delação premiada, Costa já havia declarado que "tais empresas fixavam em suas propostas uma margem de sobrepreço de cerca de 3% em média, a fim de gerarem um excedente de recursos a serem repassados aos políticos".
Na petição agora levada à Justiça, Costa diz que "reafirma e ratifica cada um de todos os pontos de sua delação premiada".
Ele anotou que nas obras dos gasodutos Pilar-Ipojuca e Urucu-Coari13 não houve nenhuma participação da Diretoria de Abastecimento, durante sua gestão, "mas sim com Graça Foster, na Diretoria de Gás e Energia, e do sr. (Renato) Duque, na Diretoria de Serviços".
Os investigadores da Lava Jato consideram que a petição não significa retificação da delação.
"Não é retificação, mas esclarecimentos complementares", declarou o advogado Mestieri. "A delação do dr. Costa foi a mais completa, fidedigna e eficaz que se possa imaginar."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
-
1. Quanto cada político recebeu das empresas investigadas
zoom_out_map
1/34 (Baris Simsek/Thinkstock)
São Paulo – A lista de políticos investigados por suspeita de envolvimento no esquema de
corrupção na
Petrobras inclui 12 senadores e 22 deputados em exercício. Destes, 19 receberam doações das empresas investigadas na
Operação Lava Jato para suas campanhas eleitorais, seja em 2014 ou em 2010. A suspeita dos investigadores é de que essas doações legais tenham sido usadas para pagamento de propina a políticos. Em depoimento, o delator Paulo Roberto Costa, ex-diretor da estatal, afirmou que as doações são, na realidade,
“empréstimos a juros altos”. Somados, os 34 parlamentares suspeitos receberam ao menos R$ 11,2 milhões das empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção na Petrobras. Além dos congressistas, também são investigados os governadores Luiz Fernando Pezão (PMDB), do Rio de Janeiro, e Tião Viana (PT), do Acre. Veja nas fotos acima quanto cada senador e deputado recebeu.
-
2. Luiz Fernando Pezão (PMDB) - Governador do Rio de Janeiro
zoom_out_map
2/34 (Tomaz Silva/Agência Brasil)
-
3. Renan Calheiros (PMDB-AL) - Senador
zoom_out_map
3/34 (Ueslei Marcelino/Reuters)
-
4. Romero Jucá (PMDB-RR) - Senador
zoom_out_map
4/34 (AGÊNCIA BRASIL)
-
5. Edison Lobão (PMDB - MA) - Senador
zoom_out_map
5/34 (Fabio Rodrigues Pozzebom/AGÊNCIA BRASIL)
-
6. Valdir Raupp (PMDB-RO) - Senador
zoom_out_map
6/34 (Geraldo Magela/Agência Senado)
-
7. Eduardo Cunha (PMDB-RJ) - Deputado
zoom_out_map
7/34 (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)
-
8. Aníbal Gomes (PMDB - CE) - Deputado
zoom_out_map
8/34 (Câmara dos Deputados/Diogo Xavier)
-
9. Tião Viana (PT-AC) - Governador do Acre
zoom_out_map
9/34 (Agência Brasil)
-
10. Lindbergh Farias (PT-RJ) - Senador
zoom_out_map
10/34 (Wilson Dias/ABr)
-
11. Humberto Costa (PT-PE) - Senador
zoom_out_map
11/34 (Wikimedia Commons)
-
12. José Mentor (PT-SP) - Deputado
zoom_out_map
12/34 (José Cruz/Agência Brasil)
-
13. Vander Loubet (PT-MS) - Deputado
zoom_out_map
13/34 (Flickr/Vander Loubet)
-
14. Fernando Collor (PTB-AL) - Senador
zoom_out_map
14/34 (Antonio Cruz/ABr)
-
15. Ciro Nogueira (PP-PI) - Senador
zoom_out_map
15/34 (Wikimedia Commons)
-
16. Benedito de Lira (PP-AL) - Senador
zoom_out_map
16/34 (Moreira Mariz/Agência Senado)
-
17. Gladson Cameli (PP-AC) - Senador
zoom_out_map
17/34 (Reprodução / Facebook)
-
18. Nelson Meurer (PP-PR) - Deputado
zoom_out_map
18/34 (Zeca Ribeiro/ Câmara dos Deputados)
-
19. Luiz Fernando Faria (PP-MG) - Deputado
zoom_out_map
19/34 (Divulgação)
-
20. Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) - Deputado
zoom_out_map
20/34 (Elza Fiuza/ABr)
-
21. Arthur Lira (PP-AL) - Deputado
zoom_out_map
21/34 (Luis Macedo / Câmara dos Deputados)
-
22. Simão Sessim (PP-RJ) - Deputado
zoom_out_map
22/34 (Leonardo Prado/Câmara dos Deputados)
-
23. José Otávio Germano (PP-RS) - Deputado
zoom_out_map
23/34 (Facebook/José Otávio Germano/Reprodução)
-
24. Eduardo da Fonte (PP-PE) - Deputado
zoom_out_map
24/34 (Elton Bonfim/Agência Câmara)
-
25. Dilceu Sperafico (PP-PR) - Deputado
zoom_out_map
25/34 (Divulgação)
-
26. Jerônimo Goergen (PP-RS) - Deputado
zoom_out_map
26/34 (Valter Campanato/ABr)
-
27. José Afonso Hamm (PP-RS) - Deputado
zoom_out_map
27/34 (Divulgação)
-
28. Luiz Carlos Heinze (PP-RS) - Deputado
zoom_out_map
28/34 (Divulgação/Site Oficial)
-
29. Renato Molling (PP-RS) - Deputado
zoom_out_map
29/34 (Divulgação)
-
30. Roberto Balestra (PP-GO) - Deputado
zoom_out_map
30/34 (Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados)
-
31. Roberto Britto (PP-BA) - Deputado
zoom_out_map
31/34 (Divulgação)
-
32. Waldir Maranhão (PP-MA) - Deputado
zoom_out_map
32/34 (Reprodução)
-
33. Antônio Anastasia (PSDB-MG) - Senador
zoom_out_map
33/34 (Marcos Oliveira/Agência Senado)
-
34. Veja agora o que os políticos investigados têm a dizer sobre o caso
zoom_out_map
34/34 (José Cruz/ Agência Brasil)