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Corte de água atinge ruas dos Jardins em SP; Sabesp nega

Zeladores e comerciantes relataram que a interrupção ocorre entre 22 e 6 horas


	Jardins, área nobre de São Saulo: há um mês o abastecimento vem sendo cortado
 (Germano Lüders/EXAME)

Jardins, área nobre de São Saulo: há um mês o abastecimento vem sendo cortado (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 29 de setembro de 2014 às 10h00.

São Paulo - Condomínios, bares e restaurantes do bairro dos Jardins, zona sul de São Paulo, têm registrado corte no abastecimento de água durante toda a madrugada. Em ruas como a Haddock Lobo e a Alameda Tietê, zeladores e comerciantes relataram que a interrupção ocorre entre 22 e 6 horas. O problema só não é percebido pelos moradores porque todos os imóveis têm reservatório próprio.

Diante da crise hídrica que atinge o Estado de São Paulo, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) tem praticado a redução na pressão da água na rede durante a noite, como parte de um programa de sua gestão operacional. Apesar dos relatos, a companhia nega corte de água.

Em uma lanchonete na Rua Haddock Lobo, funcionários relataram ao jornal O Estado de S. Paulo que o abastecimento é cortado há pelo menos um mês depois das 23 horas.

"Como temos caixa d’água, não há problema, mas algumas vezes já chegou a faltar", afirmou uma gerente, que preferiu não se identificar.

De acordo com ela, nestas ocasiões os atendentes chegaram a armazenar água em galões para suprir a demanda de clientes - o estabelecimento só fecha na madrugada.

Na mesma rua, o jornal O Estado de S. Paulo apurou que pelo menos dois condomínios passam pela mesma situação. O porteiro Antonio Everaldo da Silva, de 63 anos, contou que "dia sim, dia não" nota a falta d’água. Como o banheiro do funcionário é o único do prédio que é abastecido diretamente pela água da rua, a torneira deixa de funcionar. "A gente precisa usar um banheiro lá no fundo, que recebe da caixa d’água", explicou.

O zelador Antonio Mendes confirmou a informação. "Os moradores só não reclamam porque o reservatório é de 60 mil litros, então o problema não chega nos apartamentos", disse.

Para conscientizá-los, Mendes colou um aviso escrito por ele no elevador, pedindo economia. "A Sabesp já está interrompendo o fornecimento durante a noite. O problema da falta de água em SP é real", diz o texto.

Outro condomínio na mesma via enfrenta o mesmo problema. O porteiro Luís Lino, de 43 anos, foi o primeiro a notar. "Estamos sem água à noite há uns 15 dias. Percebo porque não dá para usar o banheiro aqui", disse.

De acordo com Lino, os moradores no local tomaram consciência de um possível racionamento e, há três meses, decidiram economizar no uso. "A conta diminuiu uns 30%."

A mesma história se repete em um restaurante na Alameda Tietê, em que o abastecimento é interrompido pontualmente às 22 horas. Assim como nos outros locais visitados, um funcionário do local contou que se não fosse a caixa d’água, o problema poderia comprometer o atendimento no local.

Para todos os casos, a Sabesp negou falta de abastecimento. De acordo com a companhia, todos os endereços mencionados pela reportagem foram visitados por técnicos e apresentaram abastecimento normal, com pressão mínima de 10 metros de coluna d’água (mca).

"Não há registros de ocorrência de falta d’água na central de atendimento para nenhum imóvel mencionado", completa a nota da assessoria de imprensa.

Crise

Bairros da zona norte foram os primeiros a sofrer com o corte. Os casos começaram a se intensificar em fevereiro, quando a Sabesp tornou público que o Sistema Cantareira - que responde por 45% da Grande São Paulo e parte da capital - estava em crise.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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