Corrupção no Brasil é desafio que não exclui PSDB, diz FT
Reportagem do Financial Times cita o suposto escândalo de corrupção para a compra de trens que envolveria o governo do Estado de São Paulo
Trem de CPTM: "a suposta manipulação das propostas para construção de linhas do Metrô de São Paulo e da CPTM são um embaraço para o PSDB", diz o texto
(Friedemann Vogel/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 29 de dezembro de 2014 às 09h07.
Londres - O problema da corrupção não pode ser atribuído apenas ao Partido dos Trabalhadores e parece ser um desafio brasileiro. Essa é a conclusão de uma reportagem do jornal britânico Financial Times publicada na edição impressa desta segunda-feira.
Ao citar o suposto escândalo de corrupção para a compra de trens que envolveria o governo do Estado de São Paulo, a publicação diz que o principal partido de oposição do governo federal, o PSDB, também está "na berlinda".
O FT cita que o noticiário internacional relacionado ao Brasil tem dedicado espaço ampliado ao suposto esquema de corrupção que envolve a estatal Petrobras e atinge os partidos da base governista em Brasília.
"Mas, ainda que receba menos atenção, outro escândalo de longa data envolvendo o sistema ferroviário suburbano de São Paulo também está chegando a um ponto crítico", diz o jornal.
A reportagem diz que a polícia já indiciou 33 pessoas e congelou mais de R$ 600 milhões em ativos de várias empresas do setor ferroviário - entre elas a alemã Siemens e a francesa Alstom - que têm negócios com o Metrô de São Paulo e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). O quadro, diz o FT, "constrange o PSDB, que governa o Estado de São Paulo há 20 anos".
Uma das principais lideranças tucanas, o paulista José Aníbal, poderia ter ligação com o esquema, diz a reportagem que cita o processo que está na Justiça.
"A suposta manipulação das propostas para construção de linhas do Metrô de São Paulo e da CPTM são um embaraço para o PSDB, cujo candidato, Aécio Neves, esteve perto de vencer as eleições contra Dilma Rousseff em outubro", diz o FT.
"O escândalo ferroviário de São Paulo, que poderia se estender por 15 anos de governos do PSDB entre 1998 e 2013, mostra que a corrupção nos contratos públicos é um problema brasileiro, e não um desafio de apenas de um único partido".
São Paulo - O final do julgamento do escândalo do mensalão trouxe a esperança de que o Brasil possa um dia dizer basta à corrupção. Para um país em que as denúncias não param de aparecer nos jornais, é surpreendente como o tema é pouco explorado pelo cinema nacional. Mas alguns filmes mostram a dimensão que atos corruptos podem tomar - e de como a corrupção está enraizada no país. EXAME.com separou seis filmes que tratam do tema da corrupção. Clique nas fotos para assistir aos trailers que estiverem disponíveis no YouTube.
"Tropa de Elite 2 - O Inimigo Agora é Outro" veio na onda do sucesso do seu antecessor, que fazia um retrato da violência do tráfico no Rio de Janeiro. No segundo filme, porém, o inimigo é outro, e maior: os políticos corruptos. O filme do diretor José Padilha traz Wagner Moura no papel do coronel Nascimento, que deixa o Bope para atuar na Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro. Nos cinemas, o público vibrava com a cena em que Nascimento se vingava de um deputado que ameaçava sua família. O longa mostra políticos do Rio em aliança com milícias. Mas a cena final abre o escopo da crítica para todo o Congresso Nacional.
var galeriaLinkVideo = ; O filme de Nelson Pereira dos Santos conta a história de um médico legista que é chamado para identificar uma ossada supostamente de uma assessora parlamentar desaparecida há meses. O longa mostra como há interesses políticos e muitas atividades ilícitas entre os membros do Congresso. No caso, parlamentares tentam subornar e ameaçar o profissional para que ele confirme que a ossada é da moça desaparecida.
var galeriaLinkVideo = ; Drama pesado que faz analogia entre o antigo comércio de escravos e a exploração da miséria que existe atualmente. Polêmico, o filme faz uma grande crítica às Organizações Não-Governamentais (ONG), expondo a solidariedade de fachada que não passaria de uma desculpa para corrupção e captação de recursos.
O filme de Beto Brant, adaptação do livro homônimo, conta a história de três sócios de uma empreiteira - dois deles dispostos a se corromper para vencer uma concorrência pública e obter uma obra. O terceiro deles, honesto, acaba correndo risco de vida quando um bandido é contratado para assassiná-lo. O bandido, por sua vez, acaba se autonomeando chefe de segurança da empreiteira, chantageia os dois amigos e seduz a rica Marina, além de levá-la para experimentar coca na periferia.var galeriaLinkVideo = ;
var galeriaLinkVideo = ; José Wilker faz o memorável papel de Tenório Cavalcanti, político alagoense que atua em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. O filme de Sérgio Rezende é uma versão romantizada de uma história real. Polêmico, Cavalcanti costumava andar com uma capa preta e uma metralhadora (batizada de Lurdinha) em mãos e ficou famoso por ser conservador e, ao mesmo tempo, se indignar com a corrupção da política. No filme, ele chega a visitar a câmara com Lurdinha em mãos para ameaçar os legisladores. Em outra cena, Cavalcanti se irrita com um repórter tendencioso e interesseiro e, no meio de um evento oficial, joga o jornalista em uma piscina.
O filme dirigido por Cacá Diegues mostra um pouco da corrupção política antes da ditadura militar no Brasil. Jorge Ramos é ambicioso jornalista que faz de tudo para conseguir mais poder - e corrompe todos no sistema político de sua cidade. O filme traça paralelos com a história política do Brasil desde a revolução de 1930 até o início da ditadura militar. O primeiro golpe que Ramos dá é em um barão do café, a quem ele convence ser um homem de caráter e consegue casar com sua filha. Pouco tempo depois, com a queda de Vargas no pós-guerra, o jornalista engana o sogro e foge com a esposa para a capital. Em busca de uma rápida ascensão, ele recorre a chantagens e estelionato para conseguir o que quer. (O filme não possui trailer no YouTube)
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Segundo Uallace Moreira, recuperação do setor se deve em parte à Nova Indústria Brasil (NIB), que deve lançar três novas missões até o final do ano, voltadas à agroindústria, transformação ecológica e soberania nacional