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Corrupção na Eletronuclear começou na Casa Civil, diz MPF

Para procurador federal, mensalão e casos da Petrobras e Eletronuclear estão ligados e começaram na Casa Civil

Prédio da Engevix (Divulgação)

Prédio da Engevix (Divulgação)

Valéria Bretas

Valéria Bretas

Publicado em 21 de setembro de 2015 às 13h39.

São Paulo – O esquema de corrupção investigado na 19ª fase da operação Lava Jato, deflagrada na manhã desta segunda-feira, pode ter  começado na Casa Civil durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, segundo informações do Ministério Público Federal (MPF). 

Em entrevista coletiva , o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima afirmou que o Mensalão e os esquemas de corrupção na Petrobras e Eletronuclear estão ligados. Para ele, todos os casos tiveram sua origem  no alto escalão do governo. 

"Não tenho dúvida nenhuma de que todos [os casos] estão ligados à Casa Civil do governo Lula, tudo foi originado dentro da Casa Civil", afirmou o procurador. No entanto, ele ponderou que ainda não há provas suficientes que sustentem essa hipótese. 

José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil de Lula, se tornou réu no julgamento do esquema de corrupção da Petrobras na  última quinta-feira. Ele é acusado de receber, no mínimo, 11,8 milhões de reais no caso considerando apenas os contratos fechados pela Engevix Engenharia com obras da estatal  em três refinarias e em uma unidade de tratamento de gás.

Até agora, apenas um dos donos da Engevix, José Antunes Sobrinho, foi preso temporariamente. Procurada pela reportagem de EXAME.com, a companhia ainda não se pronunciou sobre o caso.

Pagamentos de propina ocorreram até janeiro de 2015 

O executivo é suspeito de ter pagado  140 milhões de reais em propina para a Aratec, empresa controlada pelo ex-presidente da Eletronuclear.

A PF diz que possui provas bancárias que comprovam o pagamento e, também, a emissão de uma nota fiscal em janeiro de 2015 com falsa comprovação de serviço.

A "Nessun Dorma" - expressão italiana para 'ninguém dorme' - opera com 11 mandados judiciais nas cidades de Florianópolis, São Paulo e RIo de Janeiro. Sendo sete de busca e apreensão, um de prisão preventiva, um de prisão temporária e dois de condução coercitiva.

O lobista João Henriques, um dos supostos operadores do PMDB no esquema, também é um dos alvos. Ele deve se entregar até às 12h de hoje na sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro (RJ). 

A operação de hoje  é uma continuação  de fases anteriores da Lava Jato. Investiga-se um denunciado da 15º fase, Conexão Mônaco, que teria recebido propina no exterior da Diretoria da Petrobras e o cumprimento de mandados de busca e prisão preventiva de executivos relacionados a 16ª fase, Operação Radioatividade, e, 17ª fase, Operação Pixuleco.

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