Vacina da Pfizer: farmacêutico dilui a vacina Pfizer COVID-19 enquanto a prepara para ser administrada nos Estados Unidos (AFP/AFP)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 16 de janeiro de 2021 às 08h00.
Última atualização em 16 de janeiro de 2021 às 12h44.
Estamos muito próximos de saber se a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) vai autorizar o uso emergencial das vacinas do Instituto Butantan/Sinovac e da Fiocruz/AstraZeneca. Faltam menos de 48 horas para a reunião técnica que vai determinar o futuro da vacinação contra a covid-19 no país.
Os primeiros passos foram dados ainda na sexta-feira, 15, com a entrega de todos os documentos pendentes por parte do Butantan e da Fiocruz. Estas informações eram cruciais e, sem elas, a Anvisa não conseguiria emitir qualquer aval para um imunizante no país.
Com esta etapa concluída, a tão aguardada reunião da Diretoria Colegiada da Anvisa vai começar às 10 horas do domingo, 17. Os cinco diretores da agência se reúnem para tomar uma decisão que pode sair em até cinco horas. Tudo será transmitido ao vivo.
O parecer é baseado em análises das áreas técnicas do órgão, responsáveis pelo registro de medicamentos, pela certificação de Boas Práticas de Fabricação, e pela farmacovigilância de medicamentos. Cerca de 50 pessoas participam de todo o processo de aprovação.
Segundo a Anvisa, 44% dos documentos da vacina do Butantan já foram concluídos, e outros 44% ainda estão em análise. No caso da Fiocruz, 49% dos documentos foram analisados, e 50% ainda dependem de verificação.
Ao mesmo tempo em que a Anvisa avalia o uso emergencial das vacinas, a distribuição já está em andamento. O Instituto Butantan disse que vai transportar neste sábado (16) cerca de 4,5 milhões de doses do imunizante ao centro de distribuição do Ministério da Saúde, próximo ao aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.
O governador João Doria (PSDB) disse, na sexta-feira, que outras 1,5 milhão de doses ficariam para vacinar a população do estado. Mas o Ministério da Saúde enviou um ofício ao Butantan, solicitando todas as doses compradas pelo governo federal. Apesar da requisição, na prática, a distribuição da vacina aos municípios é de responsabilidade dos estados.
O Ministério da Saúde ainda precisa resolver um outro problema logístico. A importação de 2 milhões de doses da vacina compradas da AstraZeneca – que tem acordo com a Fiocruz. Este lote está em um fornecedor do laboratório na Índia. Um avião está a caminho da Ásia para buscar o carregamento.
A previsão inicial era da aeronave chegar no Brasil no meio da tarde de domingo, 17, mas, de acordo com Ministério das Relações Exteriores, o translado pode atrasar por questões burocráticas.
É uma maratona para garantir que tudo esteja pronto para a data em que o Ministério da Saúde disse que a vacinação começa: às 10 horas do dia 20 de janeiro.