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Correios podem entrar em greve na próxima terça-feira

Sindicatos reivindicam 5,2% de reposição salarial, 5% de aumento real, reajuste linear de R$ 100 e vale-refeição de R$ 28 por dia


	Correios: empresa negocia pedidos de funcionários para evitar paralisação
 (Lia Lubambo/ Arquivo EXAME)

Correios: empresa negocia pedidos de funcionários para evitar paralisação (Lia Lubambo/ Arquivo EXAME)

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Da Redação

Publicado em 4 de setembro de 2012 às 20h12.

Curitiba – Os trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) realizam na próxima segunda-feira (10) assembleias estaduais para avaliar a proposta de uma greve nacional da categoria por tempo indeterminado.

Se for aprovada pelas assembleias, a paralisação começa na madrugada de terça-feira (11). De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom-PR), uma eventual greve irá interromper todos os setores de triagem e distribuição de encomendas e cartas.

"Estamos negociando desde junho e a nossa pauta não foi levada em conta", disse o secretário-geral do Sintcom-PR, Luiz Antonio de Souza, em entrevista à Agência Brasil. "Se nos próximos dias não houver um contraproposta da empresa que atenda nossas reivindicações, não restará aos trabalhadores outra alternativa senão a greve."

A diretoria da empresa ofereceu um reajuste salarial de 3%. A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect) reivindica 43,7%.

A Fentect pede ainda a negociação de R$ 200 de aumento linear, piso salarial de R$ 2,5 mil e vale-refeição de R$ 35 por dia, contratações por concurso público, fim das horas extras e da terceirização são outros itens da pauta de reivindicações. No Paraná, o Sintcom-PR realizará assembleias em Curitiba, Maringá, Ponta Grossa, Cascavel e Londrina.


Procurado pela Agência Brasil, o Ministério das Comunicações informou que não irá se manifestar sobre o assunto. Já a assessoria de imprensa da ECT disse que o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e o presidente dos Correios, Wagner Pinheiro de Oliveira, tiveram ontem (3) uma reunião com dirigentes de quatro sindicatos dissidentes da Fentect.

Os quatro sindicatos, que se desfiliaram da federação, representam os trabalhadores de São Paulo, do Rio de Janeiro, do Tocantins e de Bauru (SP). Essas entidades reivindicam 5,2% de reposição salarial, 5% de aumento real, reajuste linear de R$ 100 e vale-refeição de R$ 28 por dia.

Duas novas reuniões de negociação estão marcadas para esta quarta-feira (5), uma com os sindicatos dissidentes e outra com a Fentect. O dirigente do Sintcom-PR diz que a estratégia da direção da empresa teria o objetivo de tentar dividir os trabalhadores. "Essa negociação paralela dos Correios com alguns sindicatos não é legítima", criticou Souza. "Quem negocia em nome da categoria é a Fentect, que reúne 31 dos 35 sindicatos do país."

Os Correios informaram, por meio de sua assessoria de imprensa, que, desde o começo de julho, a empresa fez 12 reuniões de negociação com a federação. "Neste período, a empresa recebeu solicitação dos sindicatos de São Paulo, do Rio de Janeiro, Tocantins e de Bauru, que se desfiliaram da Fentect, para negociar e aceitou devido à representatividade dessas entidades que, juntas, representam 40 mil dos 120 mil trabalhadores", declarou em nota.

A direção dos Correios disse ainda que, nos últimos nove anos, a maior parte dos trabalhadores dos Correios teve 138% de reajuste salarial, o que incluiria 35% de aumento real. O salário-base pago pela empresa, que era R$ 395,94 em 2003, e passou para R$ 942,75 em 2011.

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