O presidente do Equador, Rafael Correa: "tudo isto é pura maldade", disse sobre condução coercitiva de Lula (Meridith Kohut/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 5 de março de 2016 às 16h36.
Quito - O presidente equatoriano, Rafael Correa, expressou neste sábado seu apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva perante o que qualificou de "perseguição" humilhante, após ser sujeitado a uma condução coerciva pela Polícia Federal brasileira.
Correa, em seu habitual relatório, garantiu também que esse fato possivelmente faz parte de uma perseguição dos grupos conservadores da região contra os governos progressistas da América Latina.
Lula, que governou o Brasil entre 2003 e 2010, se tornou alvo da maior investigação por corrupção na história do país, após ser levado pela Polícia Federal para prestar depoimento no aeroporto de Congonhas.
"Todo nosso apoio e nosso abraço solidário a esse queridíssimo companheiro Lula da Silva", afirmou Correa ao criticar a forma como a polícia procedeu para tomar o depoimento do ex-mandatário brasileiro.
"Como é a miséria humana! Não buscaram investigar, saber da verdade no caso Lula, buscaram humilhá-lo", insistiu Correa, que criticou a forma de proceder da Polícia Federal.
Para o equatoriano, é desproporcional o que foi feito para "revistar sua casa, tirá-lo à força para interrogá-lo quando, se fosse requerido, Lula teria comparecido para esclarecer os fatos".
"Tenho certeza que ele não tem nada a ver com os supostos escândalos dos quais é acusado, mas, se quiserem investigar, que o façam do modo correto... Mas quiseram humilhá-lo. Tudo isto é parte do ataque contra os governos progressistas", acrescentou.
O líder equatoriano disse que não conheceu pessoas mais honestas que o presidente boliviano Evo Morales, Lula, o falecido presidente da Venezuela Hugo Chávez e a ex-mandatária argentina Cristina Kirchner.
"Tudo isto é pura maldade", acrescentou, dizendo que ele mesmo é vítima de uma suposta perseguição, embora tenha afirmado que revelará a mesma em outro momento.
"É impressionante a perseguição aos líderes progressistas que não abaixam a cabeça nem perante os impérios, nem perante as burguesias e nem perante os poderes econômicos", afirmou.
"Estamos enfrentando uma restauração conservadora terrível, articulada nacional e internacionalmente, que não importa se irá quebrar os países com boicote econômico, com desinformação", acrescentou Correa.
"Poderão haver retrocessos temporários, mas o passado não voltará", disse o líder equatoriano. EFE