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Coronavírus: cresce em 65% casos de crianças com síndrome rara no Brasil

Notificações de casos de Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica sobe para 117 e pode estar associada ao novo coronavírus

 (d3sign/Getty Images)

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Marina Filippe

Marina Filippe

Publicado em 22 de agosto de 2020 às 09h13.

O Brasil tem monitorado casos da rara e grave Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P) em crianças e adolescentes, com idade entre 7 meses e 16 anos. O objetivo é identificar se a síndrome está relacionada à covid-19, visto que, segundo a secretaria do Distrito Federal, a criança desenvolve uma resposta inflamatória sistêmica, manifestada após ter sido diagnosticada com o novo coronavírus ou ter tido contato próximo com caso confirmado da covid-19.

A SIM-P ou SMIP, na sigla em português, é uma reação inflamatória grave que afeta crianças. Mais de 300 casos já foram registrados no mundo em julho, com os primeiros diagnósticos realizados em abril deste ano, na Inglaterra. Entre os sintomas estão febre persistente, manchas no corpo, além de manifestações gastrointestinais agudas, como diarreia, vômito ou dor abdominal. 

No Brasil, houve um aumento em cerca de 65% dos registros, saltando de 71 para 117 casos entre julho e 8 agosto, em oito estados e o Distrito Federal, segundo dados do Ministério da Saúde. Levantamentos independentes já chegam a considerar ao menos 142 casos. O número total é baixo se considerado os casos de covid-19, mas chama a atenção de especialistas e profissionais de saúde pela gravidade e a possibilidade de subnotificação. Até o último relatório nove óbitos foram notificados.

A maioria dos pacientes no Brasil têm até 4 anos de idade — foram 48 crianças dessa faixa etária. A doença também tem acometido mais os meninos, com 69 dos casos registrados pelo Ministério da Saúde. 

A síndrome tem sintomas semelhantes à doença de Kawasaki, que tem o aneurisma coronário como uma das complicações mais temidas a longo prazo. 

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