Visão aérea do estádio Beira-Rio: uma das ferramentas para ajudar o governo a calcular as emissões indiretas é o Passaporte Verde (Edison Vara/Reuters)
Da Redação
Publicado em 27 de maio de 2014 às 17h10.
Brasília - O Ministério do Meio Ambiente desenvolveu uma metodologia e conseguiu fazer uma projeção das emissões de dióxido de carbono equivalente que serão geradas pela Copa do Mundo no Brasil.
Serão 1,4 milhão de toneladas de dióxido de carbono, em emissões diretas e indiretas. O gás é responsável por agravar o efeito estufa.
Segundo a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, as emissões diretas, de 60 mil toneladas, já foram compensadas por meio da chamada pública para empresas, feita em abril e que continua aberta.
“A Copa está 100% mitigada das emissões diretas, que são aquelas estabelecidas sob o nosso domínio [do governo], como hospedagem, construção, mobilidade. As indiretas são as emissões geradas pelo transporte aéreo internacional e aquelas não relacionadas a roteiros definidos dentro das cidades-sede”, disse, explicando que o compromisso do governo era de compensar as emissões diretas.
Uma das ferramentas para ajudar o governo a calcular as emissões indiretas é o Passaporte Verde, que foi ampliado.
O projeto, feito em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), tem o objetivo de propor escolhas sustentáveis aos turistas.
A partir de agora, o Passaporte Verde passa a ser uma plataforma de comunicação em consumo e produção sustentáveis, com portal interativo e aplicativos.
As ações sustentáveis para a Copa do Mundo foram apresentadas hoje (27) pela ministra do Meio Ambiente com a presença dos ministros de Esportes, Aldo Rebelo, do Turismo, Vinícius Lages, de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, e da representante do Pnuma no Brasil, Denise Hamú.
Além da mitigação e compensação das emissões e da ampliação do Passaporte Verde, os ministros anunciaram políticas públicas na gestão de resíduos sólidos, com a inclusão de catadores de material reciclável e coleta seletiva nas iniciativas e a campanha "Brasil Orgânico e Sustentável", que irá distribuir kits de alimentos para os voluntários e instalar, nas cidades-sede, quiosques de comercialização de produtos orgânicos e da agricultura familiar.
A certificação e gestão sustentável das arenas da Copa também foram ressaltadas pela ministra Izabella Teixeira. Segundo ela, todos os estádios terão o selo Leed (Leadership in Energy and Environmental Design).
As arenas Castelão, em Fortaleza, e Fonte Nova, em Salvador já receberam o reconhecimento internacional. As certificações de seis estádios (Manaus, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Rio de Janeiro e Recife) devem ser entregues até o início da competição, e as quatro restantes (Cuiabá, Porto Alegre, São Paulo e Natal), até o final de 2014.