Brasil

Presidente e OAB divergem sobre Constituinte

Para a OAB, a melhor forma de se fazer a reforma política é por meio de um plebiscito em que a população escolha, diretamente, as mudanças que devem ser feitas


	Presidenta Dilma Rousseff recebe Marcus Vinicius Furtado Coêlho, Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB: ontem (24), diversas entidades, incluindo a OAB, lançaram uma campanha pela reforma política e pela melhoria nos serviços públicos.
 (Antonio Cruz/ABr)

Presidenta Dilma Rousseff recebe Marcus Vinicius Furtado Coêlho, Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - OAB: ontem (24), diversas entidades, incluindo a OAB, lançaram uma campanha pela reforma política e pela melhoria nos serviços públicos. (Antonio Cruz/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 25 de junho de 2013 às 20h17.

Brasília - O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcos Vinícius Furtado, disse hoje (25), após sair de reunião com a presidente Dilma Rousseff, que a melhor forma de se fazer a reforma política é por meio de um plebiscito em que a população escolha, diretamente, as mudanças que devem ser feitas, sem necessidade de se alterar a Constituição. Ontem (24), durante reunião com governadores e prefeitos, a presidente propôs "debate sobre a convocação de um plebiscito que autorize o funcionamento de um processo constituinte específico para fazer a reforma política".

“Buscamos demonstrar à presidente da República que não é necessária a alteração da Constituição Federal para obtenção de uma reforma política o mais rápido possível”, disse Furtado, depois de apresentar a proposta no Palácio do Planalto. Para ele, a forma mais rápida e efetiva para a reforma é a alteração das leis sobre eleições e partidos políticos. “A presidente se sensibilizou com a nossa pregação e vai comunicar que o governo sai convencido que convocar Constituinte não é adequado porque atrasa o processo de reforma política”.

Em nota, divulgada após o encontro, a Presidência da República informou que a presidente Dilma “considerou-a uma importante contribuição [a proposta da OAB], mas não houve qualquer decisão". Segundo o texto, ela reiterou a relevância de uma ampla consulta popular por meio de um plebiscito. De acordo com a Presidência, o governo continuará ouvindo outras propostas de reforma política que lhe forem apresentadas.


Perguntado sobre a proposta de convocação de uma Constituinte exclusiva para a reforma política, o presidente da OAB avalia que a medida é um “perigo”. “Sobre a Constituinte levamos à presidente da República o alto risco institucional, o perigo para as nossas instituições de uma Constituinte ser convocada".

Entre os itens que a OAB propõe que sejam incluídos no plebiscito estão o financiamento público de campanha e a liberdade de expressão de candidatos e de eleitores pela internet. “A população tem que dizer diretamente qual é a reforma política que ela quer, e não um plebiscito para chamar uma Constituinte, para delegar a um outro Poder a aprovação da reforma política”, disse o presidente da entidade.

Ontem (24), diversas entidades, incluindo a OAB, lançaram uma campanha pela reforma política e pela melhoria nos serviços públicos. A ideia é apresentar projetos de lei de iniciativa popular para pleitear as reformas, conforme já ocorreu com a Lei da Ficha Limpa em 2010. A meta é recolher mais de 1 milhão de assinaturas.

Furtado ressaltou que é preciso aproveitar a insatisfação da população e sua reivindicação pelo fim da corrupção para aprovar medidas e reformas urgentes para o país. “Que seja feita em um prazo de até 45 dias, para que tenhamos garantia de que o Congresso Nacional regulamente a opinião da população até o início de outubro, para que a reforma política tenha validade no próximo ano”.

Acompanhe tudo sobre:Assembleia ConstituinteDilma RousseffOABPersonalidadesPolíticaPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileirosPT – Partido dos TrabalhadoresReforma política

Mais de Brasil

Quem são os 'kids pretos', alvos de operação da PF que apura plano para matar Lula em 2022

Após recuperar dados apagados de aparelhos, PF ouve Mauro Cid novamente nesta terça-feira

PF prende cinco suspeitos de planejar golpe para impedir posse de Lula

CCJ da Câmara aprova projeto que dá porte de arma a agentes de trânsito e os equipara a policiais