Jair Bolsonaro: presidente disse que o churrasco pode ter um jogo de futebol (NurPhoto/Getty Images)
Agência O Globo
Publicado em 7 de maio de 2020 às 21h32.
Última atualização em 8 de maio de 2020 às 16h10.
Contrariando as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do próprio Ministério da Saúde, o presidente da República, Jair Bolsonaro, planeja fazer um churrasco no próximo sábado no Palácio da Alvorada. O evento deve contar com 30 convidados e pode ter um jogo de futebol com a participação de ministros e servidores. Os participantes vão ter que aderir a uma “vaquinha” para ajudar a custear o encontro, segundo o presidente.
"Estou comentando um crime. Vou fazer um churrasco no sábado aqui em casa. Vamos bater um papo, quem sabe uma ‘peladinha’, alguns ministros, alguns servidores mais humildes que estão do meu lado", contou a repórteres na entrada do Palácio da Alvorada.
Bolsonaro disse que são 30 convidados e que vai haver uma “vaquinha”, expressão usada para se referir a uma arrecadação coletiva, para custear o churrasco, mas sem bebida alcoólica. "Vai ter vaquinha de R$ 70. Não vai ter bebida alcoólica, senão a primeira-dama coloca todo mundo para correr", disse.
Depois Bolsonaro brincou com um dos repórteres presentes e o convidou para o encontro no próximo sábado. "Quer jogar futebol? Você tem cara de perna de pau", afirmou. O jornalista disse que era adepto assíduo do esporte, mas que já atuou na posição de goleiro. "Geralmente, o perna de pau vai para o gol. Você acabou de confessar que não joga nada", comentou o presidente.
A declaração do presidente vai contra todas as recomendações de autoridades e organizações de saúde do Brasil e do mundo. Durante toda a pandemia, Bolsonaro tem minimizado os efeitos da covid-19, que já deixou mais de 135.000 infectados e mais 9.000 mortos no país.
Além do discurso de defesa à volta das atividades econômicas, o presidente já quebrou as regras de isolamento social diversas vezes ao passear pelo comércio, cumprimentar apoiadores e incentivar e participar de manifestações. Tudo isso sem os mínimos cuidados de higienização necessários para o momento, como o uso de máscaras.
(Com Agência O Globo)