Geraldo Alckmin: governador praticamente já descarta a tese de que as forças políticas de centro devem convergir para um único nome (Misha Friedman/Bloomberg)
Estadão Conteúdo
Publicado em 11 de janeiro de 2018 às 08h48.
São Paulo - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), começa o ano eleitoral com a meta de formar alianças nacionais para a disputa pelo Planalto com ao menos cinco legendas.
Com dificuldade de fazer acordos com MDB, do presidente Michel Temer, e DEM, do deputado Rodrigo Maia, que também tem se colocado como opção, o tucano mira, no atual cenário, em partidos considerados médios, como PR, PSB, PTB, PPS, PV e Solidariedade. A aliados, Alckmin tem dito que o primeiro objetivo é evitar uma candidatura isolada.
Com o cenário aberto para a chegada de novos postulantes ao cargo, o governador praticamente já descarta a tese de que as forças políticas de centro devem convergir para um único nome.
Mas considera que três candidatos podem ser demais, em referência às pretensões de Maia e do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD).
Sem saber ao certo com quem vai disputar votos, o tucano faz contas. Calcula quanto tempo de TV cada um dos partidos potencialmente aliados pode lhe render.
Alckmin quer conquistar ao menos quatro minutos, ou um terço dos 12 minutos e 30 segundos de cada bloco - o PR e o PSB, por exemplo, podem somar 45 segundos cada à campanha tucana no rádio e na TV.
Apesar de reconhecer o poder que as redes sociais têm para atrair ou afastar eleitores, Alckmin ainda aposta que é um bom tempo no rádio e na TV que pode levá-lo à vitória no pleito de outubro.
Aconselhado por aliados, o governador tem incrementado seus perfis no Facebook, Instagram e Twitter com fotos pessoais e vídeos informativos, mas ainda duvida que um número alto de seguidores, como os quase 5 milhões que soma o deputado e presidenciável Jair Bolsonaro (PSC-RJ) no Facebook, possa ser decisivo em uma campanha presidencial. A interlocutores, o governador costuma dizer que "fã-clube" ajuda, mas não elege ninguém.
Nesta quarta-feira, 10, após participar do leilão de concessão do Trecho Norte do Rodoanel, Alckmin usou o termo "reforma de Estado" para explicar suas medidas à frente do governo de São Paulo.
Seguindo a estratégia de se colocar como um defensor das reformas necessárias para o País crescer, o governador afirmou que o "governo não pode ser o provedor de tudo nem o executor de tudo", tem de planejar, regular e fiscalizar, mas buscar o apoio da iniciativa privada para ver as obras saírem do papel com mais agilidade.
"É necessária para o País uma reforma de Estado. O País vive uma grande crise fiscal, mais do que isso, há uma bomba fiscal, o governo não tem recursos para investir e somos um País continental, onde falta tudo em termos de infraestrutura e logística. Essa é uma das razões para o custo Brasil ser tão elevado", disse.
Mais confortável para criticar o governo Temer após Maia e Meirelles se colocarem na disputa presidencial, Alckmin atribuiu o atraso na conclusão do Trecho Norte do Rodoanel à falta de recursos federais.
A previsão de entrega da primeira fase (sem a ligação com o Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos) ficou para julho, quando o planejado era abril.
"Estamos tocando a obra praticamente sozinhos. Do total, um terço (do custo) deveria ter vindo do governo federal, mas os recursos não vieram. No ano passado investimos R$ 1,5 bilhão na obra e só R$ 154 milhões, ou seja, 10% vieram do governo federal. É a primeira vez que isso acontece", disse o governador, que não atribui o problema a questões políticas ou eleitorais. "Pode ser falta de recursos." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.