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Contra falsificações, Rio 2016 produz imitações próprias

Além da grande quantidade de roupas de alto padrão a preços turísticos, o comitê também licenciou uma enorme parafernália de imitação muito mais barata


	Olimpíada: com os dois níveis de preços a Rio 2016 consegue capturar o entusiasmo dos turistas olímpicos que estão comprando, essencialmente, com desconto
 (Reuters/Ricardo Moraes)

Olimpíada: com os dois níveis de preços a Rio 2016 consegue capturar o entusiasmo dos turistas olímpicos que estão comprando, essencialmente, com desconto (Reuters/Ricardo Moraes)

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Da Redação

Publicado em 2 de agosto de 2016 às 21h22.

Na megaloja oficial da Rio 2016, na praia de Copacabana, uma camiseta branca estampada com o logotipo de círculos multicoloridos dos Jogos Olímpicos sai por R$ 95 (US$ 29).

A meia hora dali, no amplo mercado do centro do Rio de Janeiro, uma camiseta quase idêntica é vendida por apenas R$ 40.

O tecido é mais fino, mas não se trata de uma falsificação -- a versão de baixo custo também é aprovada pelo comitê organizador oficial da Olimpíada.

Em um momento em que muitos brasileiros não podem pagar os ingressos ou as lembrancinhas da Olimpíada os organizadores adotaram uma nova abordagem para as mercadorias.

Além da grande quantidade de roupas de alto padrão a preços turísticos, o comitê também licenciou uma enorme parafernália de imitação muito mais barata.

Os organizadores da Olimpíada normalmente licenciam souvenirs por um preço determinado e depois vão agressivamente atrás das falsificações baratas. A estratégia da Rio 2016 foi desenvolvida para derrotar os falsificadores com suas próprias armas e atrair os habitantes de um país com salário mínimo mensal de R$ 880 (US$ 270), disse Sylmara Multini, diretora de licenciamento da Rio 2016.

“A melhor forma de combater a pirataria é usando os produtos”, disse Multini em entrevista. “Se a gente tem uma camiseta de R$ 40, a gente acha que a maioria da população vai conseguir usar os nossos produtos”.

100 lojas

Com os dois níveis de preços a Rio 2016 consegue capturar o entusiasmo dos turistas olímpicos que estão comprando, essencialmente, com desconto.

O real caiu 46 por cento em relação ao dólar desde que o Rio ganhou o direito de organizar o evento.

As versões mais baratas deverão responder por 60 por cento das vendas e por 40 por cento das receitas, disse Multini. A expectativa era que as vendas globais gerassem R$ 1 bilhão, mas com a recessão o número provavelmente será menor.

“Há um ano eu pensava que seríamos atingidos ainda mais duramente”, disse Multini.

A Rio 2016 fica com uma margem de 10 a 20 por cento de cada produto vendido. Há mais de 100 lojas oficiais em todo o país, vendendo mais de 5.000 produtos oficiais, incluindo roupas, relógios, joias, Lego e até um vinho oficial.

Para brasileiros

No movimentado mercado do Saara, entregadores abrem caminho pelas ruas estreitas empurrando carrinhos carregados de caixas com o selo “Olimpíadas”.

Em uma das quatro lojas Dimona do mercado, os funcionários abriram dezenas de caixas de materiais olímpicos. Leo Zonenschein, cuja família administra a Dimona há 50 anos, disse que as vendas relacionadas à Olimpíada aumentarão seu lucro em 35 por cento neste ano em meio à queda nos negócios regulares.

“Os Jogos Olímpicos vieram no melhor momento possível porque estávamos tendo muitos problemas”, disse Zonenschein.

De visita, vindo de Manaus, André Monteiro, de 36 anos, foi primeiro à megaloja de Copacabana e achou tudo caro demais. Na Dimona, ele comprou sete camisetas da Rio 2016 por R$ 317.

“É original”, disse ele. “A maioria das pessoas não tem condições de comprar produtos originais. A situação em que vivemos hoje não é boa”.

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