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Contra “degradação moral”, Bolsonaro lança Aliança Pelo Brasil

Novo partido do presidente amplia fragmentação política e deve dificultar a aprovação de reformas

Bolsonaro: presidente já trocou oito vezes de partido em três décadas de carreira política  (Adriano Machado/Reuters)

Bolsonaro: presidente já trocou oito vezes de partido em três décadas de carreira política (Adriano Machado/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 21 de novembro de 2019 às 06h40.

Última atualização em 21 de novembro de 2019 às 12h54.

São Paulo — O presidente Jair Bolsonaro deve participar, na manhã desta quinta-feira, em Brasília, do evento de lançamento de seu novo partido, o Aliança Pelo Brasil. A atividade ocorrerá em um hotel da capital, próximo ao Palácio da Alvorada, a partir das 10h. Bolsonaro assinou sua saída do PSL, partido pelo qual foi eleito presidente, na terça-feira. Esta é a oitava mudança de partido da carreira política de Bolsonaro.

Sua saída do PSL visa tentar desvincular sua imagem das denúncias de uso de candidatos laranja nas eleições de 2018, além de autonomia para gestão do fundo partidário a que o PSL, de seu agora desafeto Luciano Bivar (PSL-PE), passou a ter eleito com a eleição da segunda maior bancada da câmara. O PSL, de Bivar, tem mais de 100 milhões de reais para gastar em 2020, ano de eleições municipais pelo Brasil.

A primeira dúvida que cerca a nova legenda é se os 53 deputados do PSL que decidirem seguir Bolsonaro poderão mudar de legenda. A segunda, é se poderão levar com eles os fundos eleitoral e partidário.

A terceira é se a Justiça Eleitoral permitirá a coleta digital das quase 500.000 assinaturas necessárias à confirmação do novo partido. Ferrenho defensor do voto impresso, Bolsonaro pretende usar sua penetração em redes sociais para facilitar a coleta de assinaturas.

Segundo o cientista político Sérgio Praça, professor da FGV e colunista de EXAME, o presidente assume um risco político desnecessário com a criação do novo partido.

No limite, o Aliança Pelo Brasil coloca em risco a capacidade do governo de aprovar reformas. Segundo Praça, o novo partido será mais coeso ideologicamente, mas pode jogar o PSL para a oposição e aumentar a fragmentação partidária. “Formar maiorias no plenário para aprovar o difícil pacote econômico de Paulo Guedes será um imenso desafio”, diz.

Além de marcar a fundação do novo partido, o evento desta quinta, batizado de 1ª Convenção Nacional da Aliança pelo Brasil, vai apresentar o estatuto e o programa do partido. O manifesto de criação do novo partido cita nominalmente o presidente e afirma que um de seus objetivos é “resgatar o Brasil da degradação moral” e retomar as “boas práticas e os bons costumes”.

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