Dilma Rousseff durante anúncio da reforma ministerial. Em 02/10/15 (Lula Marques/Agência PT)
Da Redação
Publicado em 12 de outubro de 2015 às 14h50.
São Paulo - A probabilidade de a presidente Dilma Rousseff sofrer um impeachment subiu para 50%, segundo a consultoria política Arko Advice. "Os acontecimentos da semana passada fortaleceram o movimento em favor do impeachment", escreveram os analistas da consultoria em relatório enviado a clientes.
Até a semana passada, a Arko Advice atribuía uma probabilidade 45% para o impeachment da presidente. Entre as razões citadas pela consultoria para o aumento das chances de impeachment, estão a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU), que rejeitou por unanimidade as contas do governo de 2014, e também o julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que votou pela abertura de investigação das contas da campanha eleitoral da chapa Dilma Rousseff e Michel Temer em 2014.
"A rejeição das contas de 2014 pelo TCU expõe deputados e senadores a uma posição difícil: destruir de vez a Lei de Responsabilidade Fiscal ou rejeitar as contas de Dilma, dilema de um Congresso enfraquecido e sem liderança", afirmaram os analistas Murillo de Aragão, Cristiano Noronha, Carlos Bellini, José Negreiros e Marcos Queiroz, que assinam o relatório da Arko Advice.
De acordo com pesquisa da consultoria na Câmara dos Deputados, 51 deputados de 100 ouvidos no levantamento consideram que o debate do impeachment é provável ou muito provável nos próximos meses. "Nossas fontes informam que existem entre 240 e 290 deputados a favor da abertura do processo", dizem os analistas da Arko Advice. "O bastante para aprovar sua admissibilidade, mas insuficiente para autorizar a abertura do processo."
Os analistas da consultoria ressaltam que o aumento da possibilidade de o mandato de Dilma ser interrompido não significa que o governo tenha perdido condições de resistir e recuperar alguns pontos. "No entanto, os sinais captados no Planalto e no Congresso indicam que a qualidade da resistência é ruim", escreveram os analistas da consultoria.
"Por mais que o País tenha um compromisso com a institucionalidade e não esteja disposto a promover um impeachment 'à paraguaia', o risco de sua ocorrência é real. Dilma deverá conviver por algum tempo com o enfrentamento da questão."