Brasil

Construção vê pouco impacto da Lava Jato nas obras públicas

Investigação, feita pela Polícia Federal, apura o envolvimento de grandes empreiteiras em um esquema de corrupção na Petrobras

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de novembro de 2014 às 16h38.

São Paulo - Representantes do setor empresarial da construção civil avaliam que a Operação Lava Jato deve ter pouco impacto no andamento de obras de infraestrutura do país.

“Pode atrasar, mas o Brasil não vai parar. Tem muitas empresas que são capacitadas a fazer pedaços menores dessas obras”, avaliou Eduardo Zaidan, vice-presidente de Economia do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP).

A investigação, feita pela Polícia Federal, apura o envolvimento de grandes empreiteiras em um esquema de corrupção na Petrobras.

A entidade considera que a operação, apesar de trazer dificuldades a curto prazo, pode ser uma oportunidade para o setor reciclar as empresas que são contratados pelo Poder Público para fazer esse tipo de obra.

“Isso pode sanear o mercado. Além disso, pode-se ter mais recursos a longo prazo para utilizá-los melhor. Provavelmente, o mercado deve sofrer um pouco em 2015, mas pode ser melhor a médio e longo prazos”, analisou José Romeu Ferraz, presidente do sindicato.

Ferraz avalia que muitas empresas estão preparadas para assumir essas obras, mas será necessário adaptar editais de licitação de modo que permitam um maior número de construtoras habilitadas a participar da disputa.

“Adaptar ou flexibilizar editais. Talvez diminuir pacotes de obras para permitir que essas empresas possam entrar. Fazer consórcios. Há diversos instrumentos que podem permitir isso”, explicou.

Zaidan não acredita que a operação resulte na diminuição do investimento em infraestrutura. Qualquer impacto nesse sentido, só seria percebido, de acordo com ele, no ano de 2016.

O vice-presidente explica que isso ocorre porque as obras a serem feitas no próximo ano referem-se a concessões de pelo menos um ano e meio atrás.

“Já deu tempo para essas contratações terem seus projetos de investimentos resolvidos e virarem Produto Interno Bruto (PIB) no ano de 2015”, disse. São esses projetos, segundo o sindicato, que vão contribuir para evitar a recessão no setor no próximo ano.

A estimativa do SindusCon-SP é que o crescimento do setor de construção civil deve ficar próximo de zero em 2015.

A avaliação tem como base a fase de ajuste do mercado imobiliário, o menor crescimento da renda e do consumo das famílias e o fato de que as contratações de obras relacionadas a novos investimentos devem ocorrer com mais intensidade apenas no segundo semestre do ano. O empresariado aposta em um crescimento máximo de 0,5% em relação a 2014.

Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasConstrução civilEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasGás e combustíveisIndústria do petróleoOperação Lava JatoPetrobrasPetróleoPolícia Federal

Mais de Brasil

PF convoca Mauro Cid a prestar novo depoimento na terça-feira

Justiça argentina ordena prisão de 61 brasileiros investigados por atos de 8 de janeiro

Ajuste fiscal não será 'serra elétrica' em gastos, diz Padilha

G20: Argentina quer impedir menção à proposta de taxação aos super-ricos em declaração final