BRT: segundo diretora da BRT, é preciso haver maior segurança da Polícia Militar e da Guarda Municipal (Divulgação/Facebook/Divulgação)
Agência Brasil
Publicado em 9 de novembro de 2017 às 21h05.
Um dos principais legados da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos no Rio, o BRT poderá ter que fechar 10 estações do corredor Transoeste, prejudicando diretamente cerca de 30 mil passageiros.
Os motivos, segundo o consórcio que administra o sistema, são a falta de segurança nas estações, que acabam depredadas, e o grande número de pessoas que entram nos ônibus sem pagar.
De acordo com a diretora de Relações Institucionais do Consórcio Operacional BRT, Suzy Balloussier, é preciso haver maior segurança da Polícia Militar e da Guarda Municipal, pois os agentes que ficam nas estações são orientados a não reagirem em casos de violência, depredação ou acesso sem pagar.
Nota divulgada pelo consórcio informa que, nesta quinta-feira (9), foi enviado ofício ao Ministério Público (MP) sobre as dificuldades para a continuidade da operação do BRT em parte do trecho entre os bairros de Campo Grande e Santa Cruz, na zona oeste.
"O Consórcio Operacional BRT enviou o ofício esta manhã ao Ministério Público após haver esgotado todas as tentativas de obter uma solução do órgão gestor, a Secretaria Municipal de Transportes (SMTR). Já foram enviados quatro ofícios à secretaria relatando a gravidade dos problemas e o quadro crítico que atravessa a operação do BRT na Avenida Cesário de Melo, em Santa Cruz, mas não foram adotadas medidas adequadas procedidas de ação eficaz", diz o texto.
A nota cita ainda "o alto índice de evasão, os custos impagáveis da depredação resultante de ações de vandalismo, os problemas de segurança pública e a recente decisão da prefeitura de liberar as vans sem qualquer fiscalização na região, que tornam a paralisação dos serviços não apenas um risco iminente, mas uma questão de tempo".
Também em nota, a secretaria diz que respondeu às demandas enviadas pelo consórcio BRT e ressalta que a maioria das reivindicações refere-se a questões de segurança pública, afeitas a outros órgãos.
De acordo com a nota, o vice-prefeito e secretário municipal de Transportes, Fernando Mac Dowell, diz que a oasta respondeu às solicitações do Consórcio BRT, em sua maioria relativas a questões de segurança pública, vandalismo, concorrência de vans e equilíbrio econômico tarifário.
O comunicado diz que ratificou-se, inclusive, a obrigação que o BRT e os demais consórcios terem de "manter os serviços operando de forma regular e satisfatória e que as reclamações referentes à segurança pública, que não são da alçada da Secretaria dos Transportes, foram encaminhadas aos órgãos competentes. As reclamações sobre a fiscalização de vans foram encaminhadas à Secretaria Municipal de Ordem Pública.
"Em caso de paralisação do sistema BRT, os consórcios responsáveis sofrerão as penalidades administrativas previstas, como autuação e notificação, para que o serviço seja restabelecido imediatamente. A SMTR informa que já acionou a Procuradoria-Geral do Município para avaliar as medidas judiciais cabíveis caso ocorra interrupção unilateral dos serviços por parte do consórcio", acrescentou a secretaria.
O sistema BRT é formado por ônibus articulados que trafegam por três corredores expressos e só param nas estações.
Nesse sistema, que interligava os locais de competição, e foi concebido como solução de mobilidade para a Copa e os Jogos Olímpicos, os passageiros pagam previamente o bilhete.
Atualmente, os três corredores - Transoeste, Transolímpica e Transcarioca - transportam 380 mil passageiros por dia.
Só o Transoeste, que liga a zona oeste à Barra da Tijuca, transporta 135 mil passageiros. Para sua viabilidade, várias linhas de ônibus deixaram de existir ou se tornaram apenas alimentadoras, fazendo com que os passageiros dependam, obrigatoriamente, do BRT para se deslocar.
Porém, muitos casos de vandalismo são registrados, contra os ônibus e as estações, o que gera um grande prejuízo às 11 empresas que formam o consórcio. Só um ônibus que foi incendiado este ano, segundo o BRT, custa R$ 1,3 milhão, que precisa ser absorvido pelo sistema, pois os ônibus urbanos não são cobertos por seguro.