Obras da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, no Rio Madeira, em Rondônia (ABr/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 4 de setembro de 2014 às 18h58.
Brasília - O consórcio construtor da usina hidrelétrica de Santo Antônio demitiu 90 operários nesta quinta-feira, 04. Desde segunda-feira, já são 440 demissões.
Na semana passada, a concessionária Santo Antônio Energia informou o consórcio que não tinha mais recursos para pagar pelos gastos da obra, que até então empregava 9 mil funcionários.
Por isso, o consórcio começou a desmobilizar o canteiro nesta semana e ameaça paralisar as obras até que os pagamentos sejam regularizados.
A construção é tocada por um consórcio formado por Odebrecht (60%) e Andrade Gutierrez (40%). As duas empresas fazem parte de grupos que também integram a concessionária.
Nesta sexta-feira, 05, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai julgar dois pedidos da Santo Antônio Energia, que tenta diminuir suas dívidas.
Em um deles, a empresa pede uma medida cautelar para suspender as sanções aplicadas pelo fato de a usina ter atrasado a entrega da energia que vendeu às distribuidoras.
Além disso, a Santo Antônio Energia pede para que os contratos de venda de energia para as distribuidoras tenham sua validade postergada em 63 dias.
A empresa argumenta que greves atrasaram o cronograma de obras da usina. Apesar das greves, o empreendimento começou a operar nove meses antes do previsto.
Se não conseguir adiar a validade dos contratos e suspender as sanções, a empresa terá que pagar R$ 860 milhões na segunda-feira na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Também nesta sexta, a Santo Antônio Energia realiza Assembleia Geral Extraordinária. Os sócios vão decidir o valor do aporte que farão na concessionária.
A Santo Antônio Energia é uma sociedade formada por Furnas (39%), fundo Caixa FIP Amazônia Energia (20%), Odebrecht Energia (18,6%), SAAG Investimentos, cujo principal acionista é a Andrade Gutierrez (12,4%), e Cemig (10%).