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Conselho de Ética tentará ouvir Delcídio pela terceira vez

Por causa dos sucessivos atestados médicos apresentados por Delcídio, a ideia era propor a dispensa do depoimento e começar o relatório na defesa prévia


	Delcídio do Amaral: por causa dos sucessivos atestados médicos apresentados por Delcídio, a ideia do relator do caso era propor a dispensa do depoimento do senador e começar o relatório com base na defesa prévia
 (Evaristo Sá / AFP)

Delcídio do Amaral: por causa dos sucessivos atestados médicos apresentados por Delcídio, a ideia do relator do caso era propor a dispensa do depoimento do senador e começar o relatório com base na defesa prévia (Evaristo Sá / AFP)

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Da Redação

Publicado em 7 de abril de 2016 às 13h00.

Brasília - O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Senado remarcou para o dia 19 de abril, às 10h, mais uma reunião para ouvir o senador Delcídio do Amaral (sem-partido) sobre a acusação de tentar atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato, ao oferecer um plano de fuga e dinheiro ao ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, para que ele não fizesse acordo de delação premiada.

Será a terceira tentativa do colegiado de ouvir o senador. Delcídio prestaria esclarecimentos hoje (7), mas amparado por mais um atestado médico de 10 dias, em função de uma cirurgia para retirada da vesícula e de pólipos, em São Paulo, não compareceu.

A nova licença do senador sul matogrossense termina no dia 15 de abril.

Judicialização

Por causa dos sucessivos atestados médicos apresentados por Delcídio, a ideia do relator do caso, senador Telmário Mota (PDT-RR), conforme divulgado pela Agência Brasil na última terça-feira (5) era propor a dispensa do depoimento do senador e começar o relatório com base na defesa prévia, já apresentada por escrito pelos advogados de Delcídio, mas os senadores Randolfe Rodrigues (Rede- AP) e Aloysio Nunes (PSDB-SP) sugeriram mais uma tentativa “para evitar que a dispensa do depoimento do senador seja alvo de questionamentos na Justiça”.

Para evitar que Delcídio apresente alguma dificuldade para depor, mais uma vez, o Conselho de Ética vai oferecer ao parlamentar quatro opções para que ele se defenda: presencialmente , por videoconferência, por escrito, ou ainda uma comissão poderá ir ao encontro do senador para ouvi-lo onde ele estiver.

Também na reunião de hoje os senadores acharam mais prudente ainda não decidir se mais uma ausência de Delcídio implicará na dispensa da defesa dele e na elaboração do relatório à revelia dele.

A estratégia, defendida especialmente pelo relator do caso e pelo senador Lasier Martins (PDT - RS), só deverá ser decidida na próxima reunião do colegiado, se necessário for.

Ligação

Antes da reunião de hoje, o presidente do Conselho, senador João Alberto (PMDB-MA) disse que, pela primeira vez, recebeu uma ligação de Delcídio do Amaral. “Ele disse que está internado, que está sem poder andar e que tem interesse de prestar esclarecimentos a esse conselho”, afirmou.

Ainda segundo João Alberto, Delcídio acrescentou que a única coisa que pesa contra ele é a acusação de ter dado apoio a obstrução de Justiça, o que ele nega.

Na conversa, Delcídio pediu que o histórico dele no Senado seja levado em conta, e disse que quer vir a Casa se defender, sinalizando que o dia 19 seria uma data possível, mas como está hospitalizado, depende de uma avaliação médica na semana que vem para dar certeza.

Advogado

Pela primeira vez, os senadores pediram que um dos advogados de Delcídio, que acompanhava a reunião, desse esclarecimentos sobre o atestado do senador e sobre a real intenção do parlamentar de ir à Casa se defender das acusações que pesam sobre ele.

O advogado Daniel Kalume insistiu que, antes de depor, o senador tenha acesso à cópia da delação premiada de Nestor Cerveró e a gravação feita por Bernardo Cerveró na qual Delcídio foi flagrado tentando atrapalhar as investigações.

Os documentos foram solicitados na segunda-feira (4), pelo colegiado, ao Supremo Tribunal Federal, que ainda não obteve resposta daquela Corte.

“Entendemos que essa documentação é de suma importância para que o próprio senador dê um depoimento com mais conteúdo com mais robustez”, afirmou Kalume, rechaçando a ideia de que, com isso, queria protelar a ida do senador ao Conselho.

O compartilhamento da delação, no entanto, não deverá acontecer tão cedo.

Por ordem do ministro Teori Zavasscki, relator dos processos da Operação Lava Jato no STF, a deleção de Cerveró ainda está sob sigilo, já que as informações prestadas por ele ainda estão sendo utilizadas em outras investigações sobre o caso.

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