O deputado André Vargas: caso ele seja condenado no Conselho de Ética, pode perder o mandato em votação aberta no plenário e passaria a ficar inelegível (José Cruz/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 9 de abril de 2014 às 16h45.
Brasília - O presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara, Ricardo Izar (PSD-SP), rejeitou nesta quarta-feira, 09, a questão de ordem apresentada por integrantes do PT para tentar impedir a instauração de processo disciplinar contra o deputado André Vargas (PT-PR).
Na sequência, Izar determinou a abertura da ação contra o petista.
Integrantes da bancada do PT podem, no entanto, recorrer da decisão junto ao presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).
A questão de ordem foi apresentada no início da sessão pelo deputado Zé Geraldo (PT-PA).
De acordo com o petista, não poderia ser aberto o processo por ele se basear em reportagens jornalísticas relativas à investigações da Polícia Federal (PF) que culminaram com a deflagração da operação Lava Jato.
"Note-se que são matérias jornalísticas que dão a versão daqueles meios de comunicação aos fatos e expõem supostas provas que teriam origem em fontes daqueles noticiosos", afirmou Geraldo. Durante a leitura do documento, o petista defendeu que as investigações contra André Vargas sejam feitas na Corregedoria, como propôs o PSOL.
"Em sua representação, o PSOL, por intermédio do seu líder, deputado Ivan Valente (SP), enfatizou que a Corregedoria corresponde à instância apropriada para a investigação das acusações", ressaltou o paraense.
O vice-líder do PSOL, Chico Alencar (RJ), criticou, no entanto, a iniciativa de integrantes do PT.
"Espero que esse conselho não se demita vergonhosamente de suas funções", afirmou o carioca. A manobra dos petistas é feita de olho na possibilidade de Vargas ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa.
Caso ele seja condenado no Conselho de Ética, pode perder o mandato em votação aberta no plenário e passaria a ficar inelegível.
Caso se inicie uma investigação na Corregedoria, somente após concluído e votado o relatório ele seria enviado para o Conselho de Ética. "Não existem provas, além de notícias jornalísticas baseadas em fontes anônimas ou obtidas ilegalmente de um inquérito policial sigiloso", disse Geraldo.