"Qual a proposta que o governo mandou este ano que não foi apreciada pela Câmara?", disse Eduardo Cunha (Alex Ferreira / Câmara dos Deputados)
Da Redação
Publicado em 10 de setembro de 2015 às 16h20.
Brasília - O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse que a relação do governo com o Congresso não influenciou a perda do grau de investimento do Brasil.
A agência de classificação de riscos Standard & Poor's rebaixou ontem (9) a nota de crédito do Brasil de BBB- para BB+. Com isso, o país perdeu o selo de bom pagador e de ser seguro para investir.
"Qual a proposta que o governo mandou este ano que não foi apreciada pela Câmara? As três medidas provisórias do ajuste fiscal, a reoneração da folha de pagamento, tudo a Câmara aprovou. Semana passada, aprovamos a [mudança] da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) dos bancos. O Congresso não negou nada que o governo pediu, inclusive de aumento tributário que já houve", disse Cunha.
"Consequentemente, não pode se dizer que é essa relação que está gerando este tipo de situação. O governo não tem confiança do mercado, dos investidores, dos consumidores para manter a atividade econômica. É isto que precisa ser reestabelecido. Se não reestabelecer, não vai recuperar. Não adianta dizer que só tem crise no relacionamento com o Congresso porque não é essa a causa da redução [do rebaixamento da nota]", acrescentou o presidente da Câmara.
Segundo a Standar&Poor's, a proposta orçamentária do país para 2016, prevendo um déficit primário de R$ 30,5 bilhões em lugar do superávit de 0,7% estimado anteriormente, influenciou a decisão do rebaixamento.
Ontem (9), após a divulgação da nota, o líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), disse que os investimentos externos no Brasil tiveram período promissor no governo de Dilma Rousseff.
Segundo ele, o rebaixamento "faz é aumentar nossa responsabilidade na busca da solução dessa travessia que estamos enfrentando.” e que os investidores internacionais vão continuar apostando no país.