Brasil

Congresso conclui votação da PEC dos Benefícios. Quando os valores serão pagos?

A três meses das eleições, o texto dobra o valor do vale-gás, cria um auxílio-gasolina para taxistas, amplia o Auxílio Brasil e prevê um “voucher” para caminhoneiros até o fim de 2022

Vista do Congresso Nacional em Brasília (Andressa Anholete/Getty Images)

Vista do Congresso Nacional em Brasília (Andressa Anholete/Getty Images)

AA

Alessandra Azevedo

Publicado em 14 de julho de 2022 às 06h00.

Esta reportagem faz parte da newsletter EXAME Desperta. Assine gratuitamente e receba todas as manhãs um resumo dos assuntos que serão notícia.

O Congresso concluiu a votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que cria e amplia benefícios sociais em ano eleitoral. Após receber o aval do Senado, no último dia 30, o texto foi aprovado pela Câmara nesta quarta-feira, 13, sem mudanças. Dessa forma, não precisará voltar para análise dos senadores e começará a valer assim que for promulgado, em sessão que será marcada pelo presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

A três meses das eleições, o texto dobra o valor do vale-gás, cria um auxílio-gasolina para taxistas, amplia o Auxílio Brasil e prevê um “voucher” para caminhoneiros até o fim de 2022. As medidas custarão R$ 41,25 bilhões e serão custeadas por meio de crédito extraordinário, fora do teto de gastos. 

Criar benefícios sociais em ano eleitoral, no entanto, é proibido por lei. Para contornar essa vedação legal, o texto propõe a decretação de estado de emergência no país, “decorrente da elevação extraordinária do petróleo e os impactos sociais deles recorrentes”. Nesse caso ou no caso de calamidade pública, a legislação prevê exceção à regra.

Uma das principais mudanças previstas no texto é o aumento do Auxílio Brasil. O benefício passará de R$ 400 para R$ 600 por mês, mas só até dezembro de 2022. O governo pretende começar a pagar o adicional em agosto, após a promulgação da emenda. Além disso, o texto prevê que a fila do programa seja zerada, com a inclusão de pelo menos 1,6 milhão de novas famílias. O custo dessas medidas é estimado em R$ 26 bilhões.

A emenda também dobra o valor do auxílio-gás para o valor de um botijão a cada dois meses. Hoje, é pago 50% do valor do botijão a cada dois meses. O valor passará para 100%, aproximadamente R$ 120. O aumento custará R$ 1,05 bilhão e beneficiará 5,8 milhões de famílias que hoje recebem o benefício. O próximo pagamento deve ser feito em agosto.

Pelas regras atuais, famílias inscritas no Cadastro Único de programas sociais do governo federal, o CadÚnico, com renda familiar mensal de até meio salário mínimo, têm direito ao auxílio-gás. O calendário de pagamentos é igual ao do Auxílio Brasil.

O texto também cria um “voucher” de R$ 1 mil a caminhoneiros autônomos, ao custo de R$ 5,4 bilhões até o fim do ano. As transferências serão feitas assim que for promulgada a emenda. O benefício só vale para caminhoneiros autônomos cadastrados na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) até 31 de maio. O governo ainda não disse quando fará os repasses, mas a expectativa é que o primeiro não passe de agosto. 

O auxílio-gasolina criado para taxistas também deve ser pago entre julho e agosto, mas ainda não há data certa. A medida custará R$ 2 bilhões e também durará só até o fim do ano. O benefício será pago a taxistas que apresentarem documento de permissão para prestação do serviço emitido até 31 de maio de 2022. 

O “pacote de bondades” criado pelo governo em ano de eleição também prevê um incremento de R$ 500 milhões para o programa Alimenta Brasil, voltado à agricultura familiar, e uma compensação aos estados para atender a gratuidade de transporte público gratuito de idosos, prevista em lei. O custo é estimado em R$ 2,5 bilhões.

O  texto também determina o repasse de até R$ 3,8 bilhões para manter a competitividade do etanol sobre a gasolina, por créditos tributários. Os estados repassarão esse benefício para os produtores. Segundo o governo, os benefícios serão pagos a partir de receitas extraordinárias, como a prevista com a privatização da Eletrobras (R$ 26 bilhões), e com a receita de dividendos de estatais.

Acompanhe tudo sobre:Auxílio BrasilCâmara dos DeputadosCongressoGoverno Bolsonaro

Mais de Brasil

Desde o início do ano, 16 pessoas foram baleadas ao entrarem por engano em favelas do RJ

Justiça suspende revisão que permitiria construção de condomínios nos Jardins

Dino convoca para fevereiro audiência com nova cúpula do Congresso para discutir emendas

Em decisão sobre emendas, Dino cita malas de dinheiro apreendidas em aviões e jogadas por janelas