Brasil

Concessões da Rota Sorocabana e Nova Raposo vão exigir estudos de resiliência climática

Concessionárias deverão realizar estudos hidrológicos detalhados e ajustes no sistema de drenagem das rodovias

André Martins
André Martins

Repórter de Brasil e Economia

Publicado em 24 de setembro de 2024 às 07h51.

Os editais das concessões da Rota Sorocabana e da Nova Raposo preveem que as concessionárias que assumirem a administração das rodovias deverão realizar estudos detalhados do regime hidrológico para realizar melhorias com o objetivo de elevar a resiliência climática das estradas.

Segundo os documentos, o estudo hidrológico deverá avaliar a eficácia dos sistemas de drenagem existentes, levando em conta fatores como a frequência de chuvas, a inclinação do terreno, a velocidade do escoamento e as vazões máximas.

Também será necessário identificar as áreas críticas para erosões, assoreamentos e “voçorocas”, ou seja, a formação de grandes buracos causados pela água da chuva e intempéries em solos onde a vegetação não protege mais o solo, suscetível a enxurradas.

Caso sejam necessários ajustes nos sistemas de drenagem, a futura concessionária fará as intervenções necessárias conforme as diretrizes da Artesp, agência reguladora estadual.

Após análise, serão implantados dispositivos como bacias de amortecimento e sistemas de retenção para controlar e dissipar as águas pluviais, minimizando o impacto na região.

A documentação deverá ser atualizada a cada nova obra nas vias, além de uma versão atualizada a cada seis meses, para ser enviada para controle da Artesp.

De acordo com o governo, o objetivo da determinação em edital é garantir uma gestão eficiente das águas pluviais e aprimorar a infraestrutura rodoviária.

O que muda com a Nova Raposo Tavares — e por que parte dos moradores é contra o projeto

Investimentos

Os dois lotes juntos têm 552 quilômetros de extensão — 460 km da Rota Sorocabana e 92 km da Nova Raposo.

A Rota Sorocabana estima um investimento total de R$ 8,8 bilhões, nos próximos 30 anos de concessão. O projeto inclui duplicações, a instalação de uma rede Wi-Fi gratuita para serviços de emergência, faixas adicionais e convênios com municípios para realizar obras em trechos locais.

Com 30 anos de concessão, o Lote Nova Raposo tem um investimento total estimado em R$7,3 bilhões. Segundo a administração estadual, 10 municípios serão beneficiados, incluindo Araçariguama, Barueri, Cotia, Itapevi, Jandira, Osasco, Santana de Parnaíba, São Paulo, Itapecerica da Serra e Embu das Artes.

As concessões também contarão com o Sistema Automático Livre (Free flow), permitindo a cobrança de tarifas sem cabines ou barreiras físicas, facilitando o pagamento sem parada.

A partir de 2025, motoristas terão uma redução média de 22% nos custos nas praças já existentes nos trechos já concessionados, nas contas do governo.

Além disso, haverá descontos para usuários frequentes: 10% para quem passar pelo mesmo trecho mais de dez vezes e 20% a partir da 21ª passagem. Veículos com tags também terão um desconto adicional de 5%.

Acompanhe tudo sobre:Exploração de rodoviasSão Paulo capital

Mais de Brasil

Justiça nega pedido da prefeitura de SP para multar 99 no caso de mototáxi

Carta aberta de servidores do IBGE acusa gestão Pochmann de viés autoritário, político e midiático

Ministra interina diz que Brasil vai analisar decisões de Trump: 'Ele pode falar o que quiser'

Bastidores: pauta ambiental, esvaziamento da COP30 e tarifaço de Trump preocupam Planalto