Brasil

Concessão de Congonhas já atrai 13 grupos, inclusive estrangeiros

Leilão, previsto anteriormente para ocorrer em maio, ficará para segundo semestre

 (Leandro Fonseca/Exame)

(Leandro Fonseca/Exame)

AO

Agência O Globo

Publicado em 13 de abril de 2022 às 10h00.

Enquanto a licitação conjunta dos aeroportos cariocas do Galeão e do Santos Dumont sofre atrasos e deve ficar, no mínimo, para 2024, a próxima rodada de privatização de aeroportos, prevista para este ano, tem 13 grupos interessados entre estrangeiros e nacionais, segundo técnicos do governo. O Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, é o principal atrativo.

As conversas, disseram ao GLOBO pessoas envolvidas nessas negociações, estão ocorrendo com os seguintes grupos: Vinci, ADP e Egis, da França; Aena (Espanha); Zurich (Suíça); AviAlliance (Alemanha); Hamad (Catar); Inframerica (Argentina), além dos brasileiros CCR, Socicam, Pátria, JSHF e Infra Concessões. Alguns dos estrangeiros ainda não operam no país.

O que dizem as últimas pesquisas científicas mais importantes? Descubra ao assinar a EXAME, por menos de R$ 0,37/dia.

Contudo, essa nova rodada deverá ficar para a segunda quinzena de julho. O plano inicial do governo era realizar o leilão entre maio e junho, mas a concessão ainda precisa ser aprovada pelo Tribunal de Contas da União (TCU).

Os estudos estão na área técnica do tribunal e, só depois, seguem para análise dos ministros. A previsão é que esta etapa seja concluída no próximo mês. As propostas foram enviadas à Corte no fim de dezembro. A Associação Brasileira de Aviação Geral (Abag) pediu para suspender o processo que analisa a concessão, alegando que a
modelagem exclui o setor de Congonhas.

Aviação executiva na mira

Três blocos serão leiloados na sétima rodada de licitações de aeroportos. Segundo um técnico envolvido nas negociações, o lote da aviação executiva, que inclui os terminais de Campo de Marte (SP) e Jacarepaguá (RJ) deverá surpreender. Operadores da aviação geral (jatinhos) e grupos do setor da construção civil têm demonstrado firme interesse nos dois terminais.

A avaliação é que eles são bem localizados e têm espaço para empreendimentos imobiliários, disse um técnico do governo.

O bloco do Norte, com os aeroportos de Belém e de Macapá, também atrai interessados.

Congonhas será leiloado com mais dez terminais (de Minas Gerais, Pará e Mato Grosso do Sul). O edital vai autorizar o vencedor a contratar um administrador regional para cuidar da operação dos terminais de pequeno porte.

A modelagem prevê lance mínimo de R$ 255 milhões por Congonhas e um investimento total de R$ 5,889 bilhões. No bloco Norte, a outorga mínima é de R$ 57 milhões, com aportes de R$ 857 milhões. Pelo bloco da aviação executiva, o lance mínimo é de R$ 138 milhões, com investimentos da ordem de R$ 560 milhões. Esses valores, no entanto, devem ser ajustados pelo TCU.

Renegociação de outorgas

Enquanto estrutura a sétima rodada de leilões de aeroportos e avalia como fazer a licitação dos terminais do Rio, o governo também precisa resolver problemas em contratos antigos do setor (como nos de Guarulhos e Brasília). O principal problema desses contratos está no valor das outorgas, uma espécie de aluguel pago pelos concessionários.

O governo estuda editar uma portaria que vai permitir aos concessionários renegociarem as outorgas. Segundo fontes a par das discussões, a proposta prevê a antecipação dos valores a vencer pelas empresas com desconto ou alongamento de prazo, com taxa de juros mais vantajosas.

A ideia é encontrar uma alternativa para que as concessionárias possam cumprir as obrigações de acordo com o fluxo de caixa que está sendo gerado, explicou um técnico. A proposta passou a ser analisada após a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) ter recusado o pedido de reequilíbrio econômico-financeiro feito pelo operador do Galeão. Isso levou a empresa a pedir a devolução do ativo.

Acompanhe tudo sobre:AeroportosCongonhasLeilões

Mais de Brasil

Enem 2024: prazo para pedir reaplicação de provas termina hoje

Qual é a multa por excesso de velocidade?

Apesar da alta, indústria vê sinal amarelo com cenário de juros elevado, diz economista do Iedi