Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro: um dos quatro homens identificados como participantes do ataque à base de UPPse entregou hoje (26) à polícia, acompanhado de um advogado e de um pastor evangélico (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 31 de agosto de 2012 às 14h46.
Rio - Um ano e nove meses após a ocupação pelo Exército dos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio, o governo do Estado completou a implantação da política de pacificação dos complexos com a inauguração de duas novas Unidades de Polícia Pacificadora (UPP). Ao todo, são oito unidades cobrindo a região, com cerca de 2.160 homens atuando no patrulhamento das favelas.
As novas unidades, inauguradas na manhã desta terça-feira, estão localizadas na favela do Parque Proletário e na Vila Cruzeiro, onde o jornalista Tim Lopes foi morto há dez anos. A região estava ocupada pelo Batalhão de Choque e pelo Batalhão de Operações Especiais (Bope) desde a saída das tropas do Exército, em junho. Nas novas unidades, 520 policiais recém-formados atuarão no patrulhamento das comunidades que contam com 37 mil moradores, segundo a secretaria estadual de segurança.
A inauguração foi acompanhada pelo governador do Rio, Sérgio Cabral, e pelo secretario de Segurança, José Mariano Beltrame. Cabral classificou como "emblemática" a chegada da UPP na Vila Cruzeiro em função da morte do jornalista Tim Lopes no local quando fazia uma reportagem sobre o tráfico de drogas. "Não temos a ilusão de que o tráfico acabou, ele vai continuar tentando desestabilizar essa política de segurança. Mas essa tem de ser uma política de estado, que não pode parar", afirmou o governador do Rio.
Durante a inauguração, o coordenador das UPPs, coronel Rogério Seabra, anunciou que a próxima favela carioca a receber uma unidade será a Rocinha, na zona sul. A inauguração está prevista para setembro - dez meses após a ocupação pelo Bope.